Redação Juruá Online
Nesta Sexta-feira Santa, 18 de abril, Cruzeiro do Sul foi palco de um dos momentos mais significativos da fé católica: a tradicional Via Sacra, que reuniu milhares de fiéis em uma caminhada de três horas. O percurso começou na Igreja Nossa Senhora Aparecida e seguiu até o antigo Fórum da cidade, em uma representação simbólica dos últimos passos de Jesus Cristo até o calvário.
Com profunda devoção, os participantes reviveram cada estação da cruz, refletindo sobre o sofrimento de Cristo e renovando sua fé. Entre eles, estava o aposentado João Gomes da Silva, de 74 anos, que participa do evento todos os anos. “É uma maravilha estar presente na palavra de Deus. A Via Sacra representa paz, amor, saúde e vida longa. É isso que nós queremos”, afirmou emocionado. De joelhos, ele fez orações pedindo paz, saúde, prosperidade e união entre todos. “O amor a Cristo é o único ao qual devemos nos apegar”, completou.

A emoção também tomou conta de Raimunda da Silva Sousa, de 73 anos. Fiel há décadas, ela expressou o quanto esse momento é especial. “A Via Sacra para mim é uma maravilha. Não gosto nem de falar que me dá vontade de chorar. Representa muita coisa: saúde, amor, paz. Eu me sinto uma pessoa muito feliz por participar”, contou.

O bispo Dom Flávio Giovanalle, que conduziu o momento, explicou o significado do horário escolhido para a procissão. “A Via Sacra aqui em Cruzeiro é feita no mesmo período em que Jesus também percorreu seu caminho. Condenado pela manhã e crucificado ao meio-dia, refazemos esses passos bíblicos como forma de gratidão e sintonia com Ele”, explicou.
Além da espiritualidade, a celebração também abriu espaço para a reflexão social. A Via Sacra deste ano incorporou o tema da Campanha da Fraternidade, com foco na defesa do meio ambiente. “Deus nos deu este mundo para cuidarmos dele. A natureza é uma herança e um empréstimo de Deus para as futuras gerações. É preciso usar os recursos naturais com responsabilidade e não destruí-los”, ressaltou Dom Flávio.
A procissão da Via Sacra não é apenas um ato de fé, mas também um momento de união da comunidade, onde valores como compaixão, solidariedade e esperança são renovados. E, como lembrou o bispo, a celebração não termina na cruz: “Jesus não morreu de forma definitiva. Ele ressuscitou. E amanhã à noite, na Vigília Pascal, celebraremos essa vitória sobre a morte.”
A Via Sacra de 2025 reafirmou sua importância como um momento de renovação espiritual e também de compromisso com o próximo e com a criação divina — um chamado à fé que ecoa nos passos de cada fiel.



