Redação Juruá Online
Na madrugada da última terça-feira, 22, um triplo homicídio foi registrado na zona rural de Guajará-AM, envolvendo três vítimas: Pedro Cavalcante, Miguel Cavalcante da Silva e Adair José da Silva Nascimento. Pedro e Miguel eram irmãos, residentes de Mâncio Lima, no Acre, enquanto Adair morava em Guajará e possuía propriedades rurais na região.
O corpo de Pedro Cavalcante teria sido jogado no rio, e o Corpo de Bombeiros segue realizando buscas para localizá-lo. Uma equipe especializada de mergulhadores foi mobilizada para a operação, que ocorre na divisa entre Guajará-Mirim e Ipixuna, na comunidade de Ouro Preto. Segundo o tenente Antonio França, do Corpo de Bombeiros, a equipe, composta por quatro mergulhadores, percorreu aproximadamente 222 km até o local. “A viagem até a comunidade de Ouro Preto é longa”, relatou o oficial.
As investigações apontam que o corpo de Pedro foi arremessado no rio pelo autor do crime. “A delegacia de Guajará apurou que duas vítimas foram levadas até o rio, e uma delas foi jogada na água. Nossos mergulhadores estão fazendo buscas na área indicada pelo autor”, explicou o tenente França.
A operação de busca está prevista para durar três dias. Nos dois primeiros dias, os mergulhadores realizam operações subaquáticas com o auxílio de equipamentos como escafandros e narguilês. No terceiro dia, são feitas buscas superficiais utilizando barcos, percorrendo um raio de até dois quilômetros a partir do ponto inicial. “Observamos qualquer movimento na água, como peixes ou ondulações, e os mergulhadores interrompem a navegação para verificar”, detalhou o tenente.
A profundidade do rio e a força da correnteza tornam a operação desafiadora. “Os mergulhadores fazem uma varredura em zigue-zague, ancorados por um ferro pesado chamado poita, que ajuda a combater a força da correnteza”, explicou França.
Além disso, o protocolo para buscas em rios da região prevê que, após 48 horas do desaparecimento, caso o corpo não fique preso em balseiros ou vegetação submersa, é provável que o cadáver venha a boiar devido às mudanças naturais no corpo. “Isso geralmente acontece, mas em alguns casos, os peixes da região, que se alimentam de tecidos de animais e eventualmente de seres humanos, podem interferir nesse processo”, acrescentou o tenente.
A área remota e as informações limitadas sobre o local reforçam a complexidade da operação. “Nem todos os pontos são seguros para mergulho, e a equipe precisa avaliar as condições do terreno assim que chega ao local”, concluiu.





