A secretária de Saúde do município de Porto Walter, Ana Flávia, denunciou que sofreu agressões físicas por parte do vereador e policial civil José Francisco Da Cruz (PROS) após pedir que ele colocasse a máscara dentro do hospital da cidade. O caso ocorreu na noite desse domingo (2).
O g1 tentou contato com vereador Cruz, mas não obteve resposta até última atualização desta reportagem.
Ana Flávia conta que foi chamada na unidade mista de saúde à noite para acompanhar o caso de uma mulher que estava em situação complicada de saúde e precisava de transferência por TFD. Ela foi acompanhada do marido Cesar Andrade, que é o prefeito da cidade, do filho de 2 anos e de uma prima de 13 anos, que ficaram no carro.
Em seguida, como uma medicação estava em falta na unidade mista de saúde, que é estadual, a secretária foi buscar o remédio na farmácia do município para emprestar e, ao retornar, encontrou com o vereador dentro do hospital sem máscara. Foi então que ela o alertou para o uso do EPI e ele se alterou.
“O vereador estava sem máscara e eu disse: ‘vereador, meu amigo, a máscara’. Ele olhou para mim e falou: ‘a senhora manda lá na sua secretaria, aqui no estado a senhora não manda’. E eu disse que ele era um cara da lei, um vereador e policial civil. Aí, virei as costas, fui embora para o carro e ele veio atrás de mim. Quando cheguei do lado de fora do hospital, ele ficou pedindo que eu repetisse o que eu tinha dito, pegou o telefone dele e começou a gravar. Ele me bateu com tapas e puxou a arma, estou cheia de marcas no meu pescoço. Depois as pessoas tiraram ele de perto. Fui agredida verbalmente e fisicamente”, acusou.
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Vereador da Cruz também é policial civil em Porto Walter — Foto: Arquivo pessoal
Após as agressões, a secretária e primeira-dama do município fez o exame de corpo delito e registrou um boletim de ocorrência. Ela afirmou ainda que teve dificuldades para prestar a queixa contra o vereador, que também é policial.
“Prestei queixa na delegacia, onde fui maltratada por conta dos policiais serem todos amigos dele. Não queriam fazer o registro de jeito nenhum, fiquei quase duas horas esperando. Foi um pavor que eu passei, meu filho viu tudo, fica todo tempo me chamando agora, porque ele viu o cara apontando a arma pra mãe dele, um policial, um vereador, que era pra dar exemplo. Foi um terror que eu passei ali”, desabafou.
O delegado da cidade, Rafael Távora, informou que a investigação dos fatos vai ser feita com “completa imparcialidade” e que ainda nesta segunda-feira (3) deve ouvir todos envolvidos.
Por G1