A empresária e representante da Federação das Indústrias do Acre- FIEAC no Vale do Juruá , Janaína Terças, disse que a continuidade da Br 364 até a fronteira com o Peru, passando por Mâncio Lima e o Parque Nacional da Serra do Divisor, não é a estrada da direita ou da esquerda nem dos que são contra e a favor da preservação do meio ambiente. Cita que em 2009 os ex presidentes Lula e Alan Garcia firmaram um acordo para a construção dessa rodovia que beneficia economicamente o Brasil e o Peru. O encontro com a formalização da intenção entre Lula e Garcia ocorreu em dezembro de 2009 em Lima no Seminário : Interoceânica uma nova ligação entre o Brasil e o Peru.
“A atual polarização da política afeta essa obra como se fosse a estrada da direita, dos devastadores e não é assim não. Em 2009 os ex presidentes Lula e Alan Garcia firmaram um acordo para a construção dessa rodovia e agora o presidente Bolsonaro entendeu a importância e também quer tocar a obra. Essa estrada vai trazer desenvolvimento para a região do país que embora seja muito rica, possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH do Brasil”, aponta.
Para Janaína é um momento que gerações passadas de Cruzeiro do Sul esperavam. Pontua que a estrada garante a integração do Brasil, via região do Juruá, a portos no Pacífico e com o mundo. “Por aqui se dará o acesso aos Portos de Callao, Chancay, Chimbote e Salaverry no Peru abrindo essa região para o comércio mundial e vice versa. O desenvolvimento das cidades e vilas fronteiriças vai melhorar nossos indicadores sociais e econômico”, cita ela.
Quanto ao meio ambiente, a representante da FIEAC ressalta que há tecnologias já empregadas em outros países, que possibilitam um menor impacto, como os corredores ecológicos.
“Dos 95 quilômetros da obra do lado brasileiro , 20 passam dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor. E nós que defendemos a obra defendemos também que tudo seja feito de acordo com a legislação ambiental vigente respeitando a biodiversidade do local. Há tecnologia como os corredores verdes, as pontes verdes, usadas justamente em obras em Unidades de Conservação em várias partes do mundo”, alerta.
“Certeza da BR-364 sempre um tapete”.
Além dos benefícios comerciais que a estrada trará para a região do Vale do Juruá , Janaína destaca que a conexão com o Peru, põe Cruzeiro do Sul como corredor de desenvolvimento e não como o fim da linha da Br 364.
“Com essa estrada sendo usada como rota de exportação, a recuperação e manutenção de todos os trechos será constante e não da forma como está hoje, só a buraqueira entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco”.
Conexão aérea
Terças destaca que enquanto a estrada não sai, três empresas peruanas estão interessadas em fazer vôos entre Pucallpa e Cruzeiro do Sul, o que já poderá resultar na concretização de alguns negócios. ” Nesse encontro dos presidentes Bolsonaro e Pedro Castillo, em Rondônia no último dia 3, alguns passos concretos foram dados nessa direção. Enquanto a estrada não é feita vamos adiantar essa integração área e essas tres empresas estão aguardando a solução burocrática com relação à fronteira para termos vôos de 45 minutos entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa, dando início à negócios em várias áreas. É a possibilidade de negócio entretenimento a 45 minutos de casa “, conclui.
Por Sandra Assunção