O IBGE divulgou no dia 17/5 que a taxa de desocupação no país subiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) na comparação com o quarto trimestre de 2023. O crescimento do desemprego foi acompanhado por oito Unidades da Federação (UF), dentre eles o Acre que subiu 2,2 (p.p.), ficando com uma taxa de 8,9%, totalizando 30 mil desempregados. Os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Conforme dados contidos no gráfico a seguir, desde 2012, nos três primeiros meses do ano, as taxas de desemprego do Acre sempre se apresentam acima das taxas do Brasil. A única exceção foi em 2016 onde a taxa do Acre foi de 8,9% e a do Brasil 11,1%.
341 mil acreanos com mais de 14 anos estavam no mercado de trabalho
Na tabela a seguir, encontram-se vários indicadores sobre a ocupação da mão de obra acreana. Os dados são para os primeiros trimestres de 2023 e 2024 e, também do quaro trimestre de 2023. Percebe-se que, no terceiro trimestre de 2024, os acreanos com mais de 14 anos somavam 698 mil. Destes, 341mil estavam no mercado de trabalho (dispostos a trabalhar). Dos que estavam no mercado de trabalho, 311 mil estavam empregados e 30 mil desempregados, o que resulta numa taxa de desemprego de 8,9%.
Os acreanos que não estavam no mercado de trabalho somavam 357 mil
No primeiro semestre de 2023, 52,1% dos acreanos com mais de catorze anos não estavam dispostos a trabalhar, totalizando 359 mil. Um ano depois, no primeiro trimestre de 2024, a taxa sofreu uma leve queda, atingindo 51,1%, totalizando 357 mil pessoas que não estavam no mercado de trabalho. Outro dado importante é que, no período de um ano, 8 mil jovens atingirem os 14 anos de idade. Uma parte significativa desse contingente entrou no mercado de trabalho, mas não conseguiram ocupação, fato que também contribuiu para o aumento na taxa de desemprego.
Acre – Alguns indicadores das pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, fora da força de trabalho, em situação de informalidade e desalentada – Primeiros trimestres de 2023 e 2024 e quarto trimestre de 2023 | |||
Indicadores da força de trabalho | 1º trimestre 2023 | 4º trimestre 2023 | 1º trimestre 2024 |
Pessoas de 14 anos ou mais de idade (Mil pessoas) | 690 | 696 | 698 |
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, na força de trabalho (Mil pessoas) | 331 | 335 | 341 |
Pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas (Mil pessoas) | 298 | 313 | 311 |
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas (Mil pessoas) | 32 | 22 | 30 |
Taxa de desocupação | 9,8 | 6,7 | 8,9 |
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, fora da força de trabalho (Mil pessoas) | 359 | 361 | 357 |
Pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas, em situação de informalidade (Mil pessoas) | 134 | 139 | 137 |
Taxa de informalidade das pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas (%) | 45,1 | 44,4 | 43,9 |
População fora da força de trabalho Desalentada (Mil pessoas) | 30 | 25 | 23 |
Percentual de pessoas desalentadas na população na força de trabalho ou desalentada | 8,4 | 6,9 | 6,2 |
Dos 311 mil acreanos ocupados, 137 mil estavam na informalidade Ainda na tabela acima, percebe-se que um grande contingente dos 311 mil que estavam empregados, 43,9% deles (137 mil), estavam em empregos informais. A taxa de informalidade teve uma queda em relação ao primeiro trimestre de 2023 (45,1%) e em relação ao quarto trimestre de 2023 (44,4%). O IBGE considera como informais: os servidores privados sem carteira assinada, os trabalhadores domésticos sem carteira assinada, os empregadores sem CNPJ, os trabalhadores por conta própria (autônomos) sem CNPJ e os trabalhadores familiar auxiliares. 23 mil trabalhadores acreanos estão desalentados Os desalentados- os desempregados que já desistiram de procurar trabalho – também estão em queda no Acre. Eram 30 mil no primeiro trimestre de 2023, caiu para 25 mil no quarto trimestre de 2023 e agora, no primeiro trimestre de 2024, são 23 mil. Parte deles conseguiram ocupação, outra parte desistiu de procurar emprego e somam aqueles que estão fora da força de trabalho. |
Empregos no setor primário cresceram 16,8% em relação ao último trimestre
Na tabela abaixo constam os dados da mão-de-obra ocupada por Grupamento de atividades do trabalho principal. O Destaque é o grupamento da Agropecuária (Agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura) que contava com 28 mil ocupados no início de 2023, subiu para 29 mil no final de 2023 e ocupou 34 mil no início de 2024. Foi o grupamento que obteve o maior crescimento (16,8%) na comparação entre o último trimestre de 2023 com o primeiro trimestre de 2024. Os demais segmentos apresentaram variações estáveis e/ou negativas.
Em um ano, a ocupação da mão-de-obra na Agropecuária cresceu 18,3%, superado somente pelos serviços de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas que cresceu 21,6% no período.
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral
No primeiro trimestre de 2024, a população do Acre enfrentou problemas de alagação em vários municípios que podem ter influenciado os níveis de emprego. O incío de ano também é marcado por uma desaceleração do nível da atividade econômica, inclusive dos gastos dos governos. Também é um período pós festas de fim de ano, onde é normal acontecer uma melhora do mercado de trabalho, já que uma série de empresas fazem contratos temporários com novos trabalhadores para atender à demanda da época. Superado esses acontecimentos, espera-se que haja uma recuperação dos empregos, já no segundo trimestre do ano. Vamos agurdar.
Orlando Sabino escreve às sextas-feiras no Juruá Online