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Desemprego volta a crescer e atinge 30 mil acreanos

Em um ano, a ocupação da mão-de-obra na Agropecuária cresceu 18,3%, superado somente pelos serviços de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas que cresceu 21,6% no período.

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O IBGE divulgou no dia 17/5 que a taxa de desocupação no país subiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) na comparação com o quarto trimestre de 2023. O crescimento do desemprego foi acompanhado por oito Unidades da Federação (UF), dentre eles o Acre que subiu 2,2 (p.p.), ficando com uma taxa de 8,9%, totalizando 30 mil desempregados. Os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

Conforme dados contidos no gráfico a seguir, desde 2012, nos três primeiros meses do ano, as taxas de desemprego do Acre sempre se apresentam acima das taxas do Brasil. A única exceção foi em 2016 onde a taxa do Acre foi de 8,9% e a do Brasil 11,1%.

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral

341 mil acreanos com mais de 14 anos estavam no mercado de trabalho

Na tabela a seguir, encontram-se vários indicadores sobre a ocupação da mão de obra acreana. Os dados são para os primeiros trimestres de 2023 e 2024 e, também do quaro trimestre de 2023. Percebe-se que, no terceiro trimestre de 2024, os acreanos com mais de 14 anos somavam 698 mil. Destes, 341mil estavam no mercado de trabalho (dispostos a trabalhar). Dos que estavam no mercado de trabalho, 311 mil estavam empregados e 30 mil desempregados, o que resulta numa taxa de desemprego de 8,9%.

Os acreanos que não estavam no mercado de trabalho somavam 357 mil

No primeiro semestre de 2023, 52,1% dos acreanos com mais de catorze anos não estavam dispostos a trabalhar, totalizando 359 mil. Um ano depois, no primeiro trimestre de 2024, a taxa sofreu uma leve queda, atingindo 51,1%, totalizando 357 mil pessoas que não estavam no mercado de trabalho. Outro dado importante é que, no período de um ano, 8 mil jovens atingirem os 14 anos de idade. Uma parte significativa desse contingente entrou no mercado de trabalho, mas não conseguiram ocupação, fato que também contribuiu para o aumento na taxa de desemprego.

Acre – Alguns indicadores das pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, fora da força de trabalho, em situação de informalidade e desalentada – Primeiros trimestres de 2023 e 2024 e quarto trimestre de 2023
Indicadores da força de trabalho1º trimestre 20234º trimestre 20231º trimestre 2024
Pessoas de 14 anos ou mais de idade (Mil pessoas)690696698
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, na força de trabalho (Mil pessoas)331335341
Pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas (Mil pessoas)298313311
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas  (Mil pessoas)322230
Taxa de desocupação9,86,78,9
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, fora da força de trabalho (Mil pessoas)359361357
Pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas, em situação de informalidade (Mil pessoas)134139137
Taxa de informalidade das pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas (%)45,144,443,9
População fora da força de trabalho Desalentada (Mil pessoas)302523
Percentual de pessoas desalentadas na população na força de trabalho ou desalentada8,46,96,2
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral
Dos 311 mil acreanos ocupados, 137 mil estavam na informalidade  

Ainda na tabela acima, percebe-se que um grande contingente dos 311 mil que estavam empregados, 43,9% deles (137 mil), estavam em empregos informais. A taxa de informalidade teve uma queda em relação ao primeiro trimestre de 2023 (45,1%) e em relação ao quarto trimestre de 2023 (44,4%). O IBGE considera como informais: os servidores privados sem carteira assinada, os trabalhadores domésticos sem carteira assinada, os empregadores sem CNPJ, os trabalhadores por conta própria (autônomos) sem CNPJ e os trabalhadores familiar auxiliares. 23 mil trabalhadores acreanos estão desalentados   Os desalentados- os desempregados que já desistiram de procurar trabalho – também estão em queda no Acre. Eram 30 mil no primeiro trimestre de 2023, caiu para 25 mil no quarto trimestre de 2023 e agora, no primeiro trimestre de 2024, são 23 mil. Parte deles conseguiram ocupação, outra parte desistiu de procurar emprego e somam aqueles que estão fora da força de trabalho.

Empregos no setor primário cresceram 16,8% em relação ao último trimestre

Na tabela abaixo constam os dados da mão-de-obra ocupada por Grupamento de atividades do trabalho principal. O Destaque é o grupamento da Agropecuária (Agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura) que contava com 28 mil ocupados no início de 2023, subiu para 29 mil no final de 2023 e ocupou 34 mil no início de 2024. Foi o grupamento que obteve o maior crescimento (16,8%) na comparação entre o último trimestre de 2023 com o primeiro trimestre de 2024. Os demais segmentos apresentaram variações estáveis e/ou negativas.

Em um ano, a ocupação da mão-de-obra na Agropecuária cresceu 18,3%, superado somente pelos serviços de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas que cresceu 21,6% no período.

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral

No primeiro trimestre de 2024, a população do Acre enfrentou problemas de alagação em vários municípios que podem ter influenciado os níveis de emprego. O incío de ano também é marcado por uma desaceleração do nível da atividade econômica, inclusive dos gastos dos governos. Também é um período pós festas de fim de ano, onde é normal acontecer uma melhora do mercado de trabalho, já que uma série de empresas fazem contratos temporários com novos trabalhadores para atender à demanda da época. Superado esses acontecimentos, espera-se que haja uma recuperação dos empregos, já no segundo trimestre do ano. Vamos agurdar.

Orlando Sabino escreve às sextas-feiras no Juruá Online

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