O governo de Cuba convocou nesta sexta-feira (7) o embaixador colombiano em Havana para prestar esclarecimentos após a Colômbia expulsar, na véspera, um diplomata cubano que servia em Bogotá. A ação foi tomada em meio a escalada de tensão social no país sul-americano.
“O governo da Colômbia tomou uma decisão hostil ao expulsar um diplomata cubano”, disse em nota o Ministério de Relações Exteriores do país caribenho.
A chancelaria colombiana alega que o secretário cubano, Omar Rafael García Lazo, desenvolvia “atividades incompatíveis” com as relações diplomáticas, sem citar quais.
Por conta da acusação, García foi declarado persona non grata e por isso foi obrigado a deixar o país em poucos dias. Havana acusa o governo do presidente Iván Duque de tentar, com a ação, “desviar a atenção da comunidade internacional” sobre a violenta repressão contra os protestos no país.
“A ação injustificada visa desviar a atenção da comunidade internacional e da sociedade colombiana da violenta repressão das forças militares e policiais contra os manifestantes, que causou dezenas de mortos e centenas de feridos”, disse o Ministério de Relações Exteriores de Cuba.
Eugenio Martínez Enríquez, porta-voz de Cuba para a América Latina, disse que o embaixador da Colômbia em Havana, Juan Manuel Corzo Román, foi convocado para uma reunião na qual ele receberá uma “queixa verbal e enérgica” contra a decisão da chancelaria colombiana.
Relações Havana-Bogotá
As relações entre Havana e Bogotá esfriaram com a chegada de Duque ao poder em agosto de 2018.
O político conservador tomou ações contra os acordos de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que aconteciam com o apoio de Cuba.
A ilha também sediou negociações semelhantes com o Exército de Libertação Nacional (ELN), que foi suspenso por Duque e Cuba se recusou a entregar os negociadores do ELN a Bogotá.
Via-CNN