Por – Euronews
A aparente tranquilidade de uma vida normal na cidade costeira de Mariupol, este sábado, não espelhava a atualidade da região no leste da Ucrânia, onde os líderes separatistas ordenaram a total mobilização militar.
Nas aldeias próximas, o trabalho dos agricultores prosseguiu mesmo após várias explosões à distância terem soado durante a noite.
Vladimir vive numa dessas localidades, em Lebedynske. Agricultor de profissão, demarca-se das decisões que têm encaminhado o país para um iminente conflito com a Rússia.
“O que podem eles fazer? Deviam sentar-se e ter uma conversa como seres humanos. É assim tão difícil? Tenho parentes do outro lado, a minha mulher tem familiares em Lviv. É suposto lutarmos, dividirmo-nos? Esta guerra não é nossa, esta guerra é dos políticos e nós é que sofremos”, lamenta.
A escalada de violência dos últimos dias entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia não matou a esperança numa solução pacífica para o conflito, a quem vive a quilómetros de distância.
Em Kiev, onde agora vive, Alona diz tentar “manter a calma e não entrar em pânico”. Mas, enquanto originária de Carcóvia, está preocupada com a família que deixou na cidade natal. A esperança, acrescenta, é de “que a situação melhore e se torne mais tranquila”.
Também na cidade se deseja um caminho para a paz diferente daquele que tem sido seguido pelos políticos.
Para Victoria, também a residir na capital ucraniana, a atual tensão deve-se a “propaganda criada artificialmente”, não hesitando em afirmar “somos pela paz em todo o mundo”.
Civis treinam com grupo paramilitar Legião Nacional da Geórgia, em Kiev, Ucrânia
Mas em Kiev há quem já se prepare para o conflito. A Legião Nacional Georgiana, um grupo paramilitar de voluntários formado em 2014 para combater as agressões da Rússia contra a Ucrânia, está a ensinar mulheres a defender-se no cenário de guerra.
Mamuka Mamulashvili, comandante da legião, diz que serão treinados em Kiev 3.000 voluntários.