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“Queremos nossa estrada”, população de Porto Walter pede reabertura de acesso que tira município do isolamento terrestre

O município, atualmente acessível apenas por via aérea e fluvial, está enfrentando dificuldades devido à grande seca no Rio Juruá. Com a interdição da estrada, a população enfrenta dificuldades no transporte de pacientes e no abastecimento de alimentos e produtos básicos.

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Redação Juruá Online

No encerramento do Desfile Cívico dos 32 anos em Porto Walter, realizado nesta terça-feira (25), moradores protestaram pedindo a reabertura da estrada que conecta o município a Rodrigues Alves e, por conseguinte, a Cruzeiro do Sul. A via conhecida como Ramal Barbary foi embargada pelo Ministério Público Federal devido a questões ambientais, impedindo a sua manutenção e tornando-a praticamente intransitável.

O município, atualmente acessível apenas por via aérea e fluvial, está enfrentando dificuldades devido à grande seca no Rio Juruá. Com a interdição da estrada, a população enfrenta dificuldades no transporte de pacientes e no abastecimento de alimentos e produtos básicos.

Os barcos que transportam alimentos para a cidade agora levam pelo menos dois dias de viagem, em comparação com as 10 horas no inverno. Os alimentos chegam estragados devido ao aumento do tempo de viagem, levando os barqueiros a evitar transportar frutas, verduras e frios. Além disso, os barcos frequentemente encalham em bancos de areia e correm o risco de perder parte de sua carga.

Considerada uma rota vital para serviços essenciais, o transporte de mercadorias e a mobilidade dos moradores, a estrada é fundamental para a conexão entre Porto Walter e Cruzeiro do Sul. Durante o desfile cívico que celebrou os 32 anos de emancipação política do município, moradores, autoridades e civis manifestaram pacificamente pedindo a liberação da manutenção do Ramal Barbary.

Antonio Pereira Lima, indígena da etnia Shawãdawa, expressou seu apoio à reabertura da estrada, destacando a importância do acesso durante o verão, quando ficam isolados e as viagens aos centros urbanos podem durar até três dias.

O deputado federal Zezinho Barbary também solicitou que os órgãos federais encontrem uma solução que permita a continuidade das obras, garantindo o direito de mobilidade para toda a região do Juruá.

O secretário de Educação, Ericson Araújo, um dos líderes da manifestação, enfatizou a indignação da população com as ações da FUNAI e do MPF. Ele ressaltou o direito constitucional das manifestações pacíficas e reiterou a necessidade da reabertura da estrada para assegurar o direito de ir e vir dos cidadãos.

Os manifestantes, munidos de faixas e cartazes, pediram às autoridades que encontrem uma solução que permita a continuidade das obras sem prejudicar o meio ambiente, garantindo a mobilidade e o bem-estar da população. Além das manifestações, o movimento, que conta com um grupo no WhatsApp e uma página no Instagram, está coletando assinaturas para um abaixo-assinado em apoio à causa.

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