Redação Juruá Online
Nesta quarta-feira, 8, teve início a oficina de carimbó do projeto de extensão “Insubmissas Flores”, iniciativa interdisciplinar da Universidade Federal do Acre (Ufac), no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul. A atividade, que segue até sexta-feira, 10, é conduzida pela artista e professora de carimbó Camila Cabeça, conhecida por seu trabalho de valorização da dança amazônica e de práticas corporais ligadas ao bem-estar e à saúde mental.
A oficina, realizada das 8h às 12h, é gratuita e aberta a toda a comunidade, com foco em mulheres usuárias do CAPS, mas também acessível a todas as faixas etárias e pessoas com deficiência. O objetivo é despertar no público participante a conexão com o próprio corpo, ao mesmo tempo em que promove debates sobre temas como educação patrimonial, economia solidária e saúde mental.
Durante o evento, Camila Cabeça destacou que o carimbó é mais que uma dança: é uma expressão cultural amazônica que tem o poder de sensibilizar, humanizar e promover autonomia. “A gente espera que isso contribua para que, futuramente, a mulher compreenda que pode alcançar autonomia, tanto no aspecto financeiro quanto na saúde mental. Em relação à história da economia solidária, a arte nos atravessa para nos humanizar e sensibilizar. Acho importante entender que a arte não é uma coisa que é só uma cerejinha do bolo, ela é o bolo todo”, ressaltou.
A coordenadora do projeto, professora Flávila Barbosa, do curso de direito da Ufac, reforçou a importância da arte na vida das mulheres. “A arte, por si só, é fundamental para que possamos expressar nossos sentimentos. Quando conseguimos, por meio da dança, transmitir nossas ações e emoções, alcançamos a liberdade. Dessa forma, a arte se torna sinônimo de liberdade. Essa é justamente a proposta do projeto: promover a libertação, a expressão pessoal e o fortalecimento da cultura”, disse.
Sobre o projeto “Insubmissas Flores”
“Insubmissas Flores” é uma iniciativa interdisciplinar que reúne mulheres do Vale do Juruá para trocar experiências e fortalecer vínculos. Combinando poesia, artes plásticas, dança e debates sobre direitos humanos, o projeto busca enfrentar as opressões de forma coletiva, promovendo saúde, educação em direitos e acolhimento.
Criado a partir dos projetos “Florescer após a Tempestade” e “Insubmissas Mulheres”, a iniciativa é financiada pela Fundação Elias Mansour, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e conta com o apoio do CAPS Náuas e da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.
Desde julho de 2024, os encontros quinzenais têm ocorrido em espaços estratégicos de Cruzeiro do Sul, como o Centro Cultural do Juruá e o CRIE, e têm reunido participantes para construir histórias coletivas que conectem arte, saúde mental e educação em direitos.
Participação e continuidade
Embora a oficina de carimbó termine nesta sexta-feira, o projeto “Insubmissas Flores” segue com suas atividades regulares, reforçando o convite à população de Cruzeiro do Sul para se integrar a essa rede de acolhimento e transformação social.