O Hezbollah adota há muito tempo o sigilo como um dos principais pontos de estratégia militar, abandonando dispositivos de alta tecnologia para evitar a espionagem de israelenses e americanos.
Em um discurso televisionado há mais de seis meses, o secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah, pediu aos militantes e suas famílias no sul do Líbano que renunciassem aos celulares. A região é alvo da luta entre o Hezbollah e as forças israelenses e tem gerados estragos a quase um ano,
“Desligue-o, enterre-o, coloque-o em um baú de ferro e tranque-o”, disse ele em um discurso em fevereiro. “Faça em prol da segurança e para proteger o sangue e a dignidade das pessoas”, complementou.
“O colaborador (dos israelenses) é o celular em suas mãos, e nas de sua esposa e de seus filhos. Este celular é o colaborador e o assassino”, ele continuou em um discurso.
Acredita-se que as unidades do Hezbollah se comuniquem por meio de uma rede interna de comunicações.
Este é considerado um dos pilares do poderoso grupo, que há muito tempo é acusado de operar como um estado-dentro-estado.
Os pagers – obsoletos há décadas para a maioria das pessoas no Líbano e no resto do mundo – teriam servido como objeto de comunicação entre os militantes do Hezbollah.
A série de explosões desses aparelhos nesta terça-feira (17) abalou o grupo apoiado pelo Irã. Na tentativa de escapar do radar de Israel, a abordagem de regresso ao básico parece ter se voltado contra o grupo.