Quando o voo 516 da Japan Airlines pousou no aeroporto de Haneda, em Tóquio, transportando centenas de pessoas na terça-feira (2), ele explodiu e foi consumido pelas chamas.
O Airbus A350 colidiu na pista com uma aeronave que levava ajuda ao terremoto, matando cinco pessoas, e a tripulação teve apenas alguns minutos para garantir que todos os passageiros fossem evacuados antes que as chamas consumissem todo o avião.
À medida que a fumaça enchia rapidamente a cabine, os comissários de bordo usavam megafones para acalmar e guiar os passageiros ansiosos, que escapavam por três saídas em escorregadores de emergência.
Todas as 379 pessoas do voo 516 da JAL, incluindo oito crianças com menos de dois anos, foram retiradas com segurança – um feito que surpreendeu os especialistas em aviação e foi descrito como milagroso por alguns a bordo.
“Ouvi uma explosão cerca de 10 minutos depois que saímos do avião”, disse o passageiro Tsubasa Sawada, de 28 anos, à Reuters. “Só posso dizer que foi um milagre, poderíamos ter morrido se demorássemos”.
A Japan Airlines disse que quatro de seus passageiros foram levados ao hospital, mas o pior ferimento relatado foi que uma pessoa sofreu “hematomas”.
Na segunda aeronave, um De Havilland Canada DHC-8, cinco dos seis tripulantes morreram, segundo o ministro dos Transportes do Japão, Tetsuo Saito. A emissora estatal NHK disse que o capitão do avião estava em estado crítico.
A Japan Airlines está participando da investigação para determinar quem é o responsável pelo acidente, disse seu vice-presidente sênior de segurança corporativa, Tadayuki Tsutsumi, aos repórteres.
A companhia aérea disse que sua tripulação foi autorizada a pousar pelo controle de tráfego aéreo antes da colisão. O áudio do LiveATC.net parece detalhar a tripulação lendo uma ordem de autorização para a pista 34, dizendo “autorizado para pousar 34 à direita”.
Os passageiros a bordo do Airbus A350 e as testemunhas da colisão descreveram o terror e, depois, o alívio quando ficou claro que todos a bordo sobreviveram.
“Eu realmente pensei que fosse morrer”, disse Sawada à Reuters.
As incursões na pista, como são classificadas, são “raras, mas podem ser catastróficas”, disse Graham Braithwaite, professor de segurança e investigação de acidentes na Universidade Cranfield, no Reino Unido.
O francês Guy Maestre estava a bordo de um avião adjacente no momento do incidente e descreveu ter ouvido um “grande estrondo”.
“Eu estava em outro avião, no assento da janela – estávamos nos preparando para decolar e ouvimos um grande estrondo. Olhamos pelas nossas janelas e vimos um enorme rastro de chamas percorrendo a pista”, disse Maestre, que estava visitando o Japão vindo da Filadélfia, à CNN.
“As chamas ficaram cada vez mais altas e vimos caminhões de bombeiros passando pela pista. Eu torcia para que todos estivessem seguros”, disse ele, acrescentando que foi “chocante de ver”.
Apesar das imagens horríveis do acidente, o passageiro Satoshi Yamake disse à CNN que as pessoas dentro do avião não estavam em pânico. Quando o voo pousou, Yamake disse que inicialmente não sentiu nada fora do comum.
“Aterrissamos normalmente, não sentimos choque nem nada”, disse Yamake no aeroporto de Haneda depois de ser evacuado do acidente.
Ele acrescentou que viu fogo pouco antes de ser feito o anúncio para evacuar o avião.
“Mas então vimos fogo saindo dos motores e achei estranho. No momento em que eu estava pensando por que o fogo durou tanto tempo, chegou um anúncio dizendo que provavelmente atingimos algo na pista e agora temos que evacuar o avião”, disse Yamake. “Sentimos um cheiro de fumaça, mas os passageiros não entraram em pânico”.
Ele disse que “não estava realmente com medo”. “Como já pousamos, pensei que o avião provavelmente não explodiria a essa altura. Estaríamos bem, desde que todos saíssem do avião de maneira ordenada”.
Qual o tamanho de um Airbus A350-900?
A aeronave que pegou fogo no aeroporto de Haneda, em Tóquio, após uma colisão com outro avião, transportava um total de 367 passageiros mais 12 tripulantes, segundo a Japan Airlines. Cinco pessoas no avião da Guarda Costeira do Japão morreram e 17 passageiros do avião comercial ficaram feridos.
A tripulação do voo 516 foi elogiada pelas suas reações rápidas e calmas que salvaram centenas de vidas.
A Japan Airlines disse que a tripulação usou megafones para direcionar os passageiros para um local seguro depois que o sistema de anúncio a bordo do avião apresentou defeito.
Relatos de dentro do avião dizem que os comissários de bordo pediram às pessoas que permanecessem calmas e, segundos depois do avião parar, foram capazes de acionar as saídas de emergência e retirar os passageiros.
“É muito cedo para comentar os detalhes do incidente, mas o que está claro é que a tripulação teve um desempenho exemplar”, disse Steven Erhlich, presidente da PilotsTogether, uma instituição de caridade criada durante a pandemia para apoiar a tripulação.
Ele citou o fato dos passageiros do voo terem evacuado sem levar a bagagem de mão, o que ajudou a salvar vidas.
“Qualquer atraso na evacuação poderia ter sido catastrófico, tudo por causa de um laptop ou de uma mala de mão. Esse incidente poderia ter sido muito pior se os passageiros não tivessem acatado os avisos para deixarem os seus pertences para trás”, disse ele.
A esposa de Yamake, Mika, disse à CNN que seu marido “saiu com o celular. Ele teve que deixar todo o resto para trás”. “Ele me ligou de dentro e disse que viu fumaça saindo. Fiquei aliviada por ele estar seguro”, disse ela.
*Com informações de Julia Buckley, Sophie Jeong, Teele Rebane, Mayumi Maruyama e Eric Cheung, da CNN.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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