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Operação prende 16 pessoas, destrói maquinários e apreende 6 toneladas de minério na Terra Indígena Yanomami

Além do minério, 19 aeronaves, três embarcações e 73 mil litros de combustíveis foram apreendidos. Operação Guardiões do Bioma foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MSJP), em conjunto com 12 instituições federais.

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A segunda fase da Operação Guardiões do Bioma em Roraima prendeu 16 pessoas, destruiu maquinários usados no garimpo e apreendeu 6 toneladas de minérios extraídos ilegalmente da Terra Indígena Yanomami. Além do minério, 19 aeronaves, três embarcações e 73 mil litros de combustíveis foram apreendidos.

O resultado da operação foi divulgado na última terça-feira (11). As ações duraram 24 dias e foram coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MSJP), em conjunto com 12 instituições federais. A primeira fase aconteceu entre julho e agosto deste ano.

Procurada, a pasta não informou quais minérios foram apreendidos. A Terra Yanomami é alvo recorrente de garimpeiros que extraem ouro e cassiterita da floresta.

Outras duas aeronaves, maquinários e acampamentos de garimpeiros foram destruídos pelos agentes. O Ministério da Justiça também recolheu provas para auxiliar investigações em andamento ou para a instauração de novos processos.

As fiscalizações ocorreram também em portos clandestinos, vias fluviais e estradas que servem de apoio logístico a crimes ambientais cometidos na Terra Yanomami.

Roraima não tem garimpos legalizados e os que existem operam ilegalmente, explorando regiões como a Terra Indígena Yanomami que, em 30 anos, enfrenta a pior devastação causada por garimpos clandestinos.

Guardiões do Bioma

A Operação Guardiões do Bioma atua de forma integrada com órgãos federais e estaduais. São três eixos de atuação: combate ao desmatamento ilegal, queimadas e incêndios florestais e proteção de terras indígenas.

No total, foram investidos R$ 2,5 milhões para a proteção da Terra Indígena Yanomami, conforme o MJSP.

A primeira fase da operação dos órgãos federais gerou reações negativas de integrantes do movimento pró-garimpo em Roraima. Nas redes sociais, integrantes do Movimento Garimpo é Legal estiveram na sede do Ibama, em Boa Vista, questionando a atuação dos servidores que atuam nas fiscalizações.

Além da Polícia Federal e do Ibama, participam das ações o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); EB (1º Batalhão Logístico de Selva em Roraima); a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai); a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Terra Indígena Yanomami

Maior reserva indígena do país, a Terra Indígena Yanomami é alvo recorrente de garimpeiros que extraem ouro e cassiterita da floresta. A ação impacta diretamente na vida dos indígenas, os mais afetados pela destruição ambiental causada pela exploração dos minérios.

A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.

A estimativa é que mais de 20 mil garimpeiros atuam ilegalmente na reserva, onde vivem mais de 28 mil pessoas do povo Yanomami.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam quadros severos de desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

Com informações g1

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