O Irã lançou um ataque com mísseis contra Israel nesta terça-feira (1º) em resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e outros, de acordo com uma declaração do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica.
Mais cedo nesta terça-feira, os EUA disseram acreditar que um ataque com mísseis balísticos contra Israel era iminente após Israel lançar uma operação terrestre limitada no sul do Líbano.
Confira o que se sabe sobre o ataque até agora:
Mais de 100 mísseis lançados
O exército israelense estimou que o Irã disparou 180 “projéteis”, mas enfatizou que não era a contagem final.
As equipes da CNN viram dezenas de mísseis sobre as cidades de Tel Aviv, Jerusalém e Haifa. Jim Sciutto, da CNN, disse que viu vários mísseis interceptados.
Enquanto isso, o exército da Jordânia disse em uma declaração que “centenas de mísseis iranianos foram lançados em direção a Israel”, citando uma fonte militar em seu comando geral das forças armadas. Alguns mísseis iranianos causaram impacto direto no centro e sul de Israel, disse um porta-voz militar israelense.
Nenhum ferimento foi relatado enquanto as pessoas se abrigavam. Sirenes soaram em Israel enquanto as pessoas eram instruídas a se abrigarem e os mísseis caíam, incluindo o gabinete de segurança israelense, de acordo com uma fonte israelense.
Não houve feridos após o ataque do Irã, disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Contra-Almirante Daniel Hagari.
Avisos de escalada
A Missão Iraniana nas Nações Unidas disse nesta tarde de terça-feira que a resposta de Teerã “foi devidamente executada” e se Israel “ousar responder ou cometer mais atos de malevolência, uma resposta subsequente e esmagadora ocorrerá“.
Um porta-voz militar israelense disse que “haverá consequências sérias“.
Apoio dos EUA
Um oficial de defesa dos EUA disse que as forças dos Estados Unidos no Oriente Médio estavam “se defendendo contra mísseis lançados pelo Irã visando Israel”.
Enquanto isso, o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris estavam na Sala de Crise da Casa Branca, monitorando o ataque. O presidente “ordenou que os militares dos EUA ajudassem a defesa de Israel contra ataques iranianos e derrubassem mísseis visando Israel”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
O presidente da Câmara Mike Johnson e o líder da maioria no Senado Chuck Schumer também foram informados sobre o ataque, de acordo com seus respectivos porta-vozes.
Entenda o conflito no Oriente Médio
O ataque do Irã contra Israel acontece em meio à guerra entre o Exército israelense e o Hezbollah, grupo paramilitar libanês apoiado pelo governo iraniano.
A ofensiva ocorre um dia após o Exército de Israel iniciar uma “operação terrestre limitada” no Líbano.
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões no país vizinho. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.
Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
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