O décimo mês do ano é conhecido como Outubro Rosa, o qual faz referência ao alerta e importância da prevenção e diagnóstico prematuro do câncer de mama e colo de útero.
Mas será que o Outubro Rosa é realmente de todas? Será que essas campanhas e objetivo das tais também alcançam as mulheres com deficiência?
Segundo o cenário nacional e por experiência própria ouso responder que o elo entre a saúde ginecológica e a mulher com deficiência ainda é muito distante. Até porque, vários empecilhos, como, a falta de acessibilidade e a falta de campanhas publicitárias destinadas para elas acabam colaborando com isso.
Falo das campanhas publicitárias e da falta de acesso, pois, primeiro se não houver um chamado direcionado e que tenha como foco a mulher PCD ela não adere ao Outubro Rosa. E segundo, a falta de acessibilidade em todos os sentidos é patente porque, sem salas, equipamentos preparados e até profissionais que dominem Libras (Língua Brasileira de Sinais) para atender as especificidades de cada mulher se torna difícil contar com essa assistência médica.
No entanto, às vezes, a questão do acesso é algo pensado de forma tão banal, que acham que só uma rampinha vai mudar o nosso mundo. Infelizmente não vai! A acessibilidade é uma coisa que vai muito além de rampas e que, deveria estar presente nas mais pequenas coisas. No caso da acessibilidade física, me refiro, por exemplo, a uma sala, maca ou um mamógrafo – que quase sempre não são adaptados porque pensam que a mulher paraplégica, tetraplégica ou a que tem qualquer outra deficiência que a impeça de se firmar em pé nunca precisarão deles.
Não quero que entendam esse texto como uma bronca, mas levem como uma boa reflexão construtiva. Foquem em melhorar. Nós precisamos! Pois, nós, mulheres com deficiência temos a mesma probabilidade de ter um câncer de mama ou de colo de útero.
Texto: Ritinha Andrade