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Ministra vê omissão no Fundo Amazônia e vota por obrigar governo a reativar mecanismo em 60 dias

Presidente do STF decidiu seguir na relatoria do caso mesmo após assumir posto. Tribunal julga ação da oposição que aponta R$ 1,5 bilhão parado em recursos para preservar a Amazônia.

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A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (26) por reconhecer a omissão do governo federal ao não executar a verba do Fundo Amazônia – que capta doações para projetos de preservação e fiscalização do bioma –e determinar a reativação do fundo em 60 dias.

O julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta para o voto dos demais ministros. Até agora, também votaram André Mendonça e Nunes Marques (veja os votos abaixo).

O plenário julga uma ação em que partidos da oposição – PSB, PSOL, PT e Rede – alegam que a União está deixando de disponibilizar R$ 1,5 bilhão do fundo, já em conta, que legalmente deveriam ser destinados para financiar projetos de preservação na Amazônia Legal.

A análise teve início no dia 6 de outubro. Weber, que é a relatora do caso, votou por conceder parte dos pedidos, determinando que a União adote, em 60 dias, nos limites de suas competências, as providencias necessárias à reativação do fundo, sob o formato de governança estabelecido em decreto de 2008. Os demais ministros ainda devem se manifestar.

“O problema da omissão inconstitucional, que procurei desenhar, reside no comportamento comissivo do administrator que instaurou um marco normativo desestruturante do antecedente, sem as salvaguardas jurídicas para manutenção do quadro mínimo dos deveres e direito ao meio ambiente equilibrado”, disse.

“Entendo como medida jurisdicional adequada, para a primeira solução do problema, a suspensão da aplicação dos dispositivos que alteraram o modelo de governança do Fundo Amazônia. Compete à União tomar as medidas administrativas necessárias para a reativação do fundo”, declarou.

O fundo

Criado em 2008 para financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização, o Fundo Amazônia está parado desde abril de 2019, quando o governo Bolsonaro extinguiu os colegiados Comitê Orientador (COFA) e o Comitê Técnico (CTFA), que formavam a base do fundo.

Um relatório de auditoria elaborado pela Controladoria Geral da União (CGU) apontou, em junho, que a gestão do Ministério do Meio Ambiente do governo Bolsonaro colocou em risco a continuidade do Fundo Amazônia e, por conseguinte, uma série de políticas ambientais, ao extinguir de forma unilateral, “sem planejamento e fundamentação técnica” colegiados que formavam a base dessa iniciativa de financiamento.

De acordo com a CGU, até dezembro do ano passado, o fundo já tinha cerca de R$ 3,2 bilhões parados para a destinação a novos projetos.

Com informações g1

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