Os militares de Mianmar acusaram manifestantes contrários à organização de incêndio criminoso e violência, enquanto países ocidentais impuseram mais sanções a indivíduos e grupos ligados ao golpe do mês passado e à repressão contínua à dissidência.
O porta-voz da junta, Zaw Min Tun, disse que 164 manifestantes morreram em episódios de violência e expressou tristeza com as mortes.
“Eles também são nossos cidadãos”, disse ele em uma coletiva de imprensa na capital Naypyitaw nesta terça-feira (23), acrescentando que os os militares usarão a menor força possível para conter a violência.
A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) diz que ao menos 261 pessoas foram mortas pela repressão brutal das forças de segurança, que espalhou o caos pela nação do sudeste asiático.
Três pessoas, incluindo um adolescente, perderam a vida em tumultos na segunda-feira (22) em Mandalay, a segunda maior cidade do país, disseram testemunhas e reportagens.
A junta tenta justificar o golpe dizendo que a eleição de 8 de novembro vencida pela Liga Nacional pela Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi foi fraudulenta — uma acusação que a comissão eleitoral rejeitou. Líderes militares prometem uma nova eleição, mas ainda não marcaram uma data e declararam um estado de emergência.
Zaw Min Tun culpou os manifestantes de incêndio criminoso e violência e disse que nove membros das forças de segurança foram mortos.
“Será que podemos chamá-los de manifestantes pacíficos?”, indagou ao mostrar um vídeo de fábricas em chamas. “Qual país ou organização veria esta violência como pacífica?”
Na segunda-feira, a União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções a pessoas ligadas ao golpe e à repressão dos manifestantes.