WASHINGTON E NOVA YORK – A escassez de combustível está aumentando gravemente em vários estados dos EUA na Costa Leste e no Sul, à medida que os postos de gasolina ficam sem combustível em meio à interrupção sem precedentes do maior oleoduto do país, causada por um ataque hacker. Este seria o maior ataque desse tipo a um oleoduto dos EUA.
Da Virgínia à Louisiana, postos de gasolina estão recusando clientes enquanto os tanques se esgotam em meio ao pânico crescente. E muitas cidades e aeroportos já são obrigados a buscar suprimentos alternativos importados por navios-tanques, barcaças ou caminhões.
Mesmo com a Casa Branca relaxando algumas regras ambientais para permitir que a gasolina para a Costa Leste flua pelos dutos vindo de outras regiões, as refinarias no Texas e na Louisiana começaram a reduzir sua produção por causa do “congestionamento” de combustível provocado pelo fechamento do oleoduto.
Embora a escassez não tenha atingido a área metropolitana de Nova York, os preços no atacado de gasolina e diesel naquele mercado saltaram para a maior alta em dois meses, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Os estados da Carolina do Norte e Virgínia declararam estado de emergência quando os tanques dos postos secaram.
Navios para armazenar combustível
E os preços médios da gasolina no varejo nos EUA subiram para os mais altos desde o final de 2014 devido à interrupção, quase chegando a US$ 3 o galão, o que pode pressionar a inflação.
Um distribuidor de combustível da área de Washington D.C. advertiu que a escassez “catastrófica” é iminente e pediu aos funcionários do governo que mantivessem os ônibus escolares fora das ruas e estradas.
Quatro dias após o início da crise, a Colonial Pipeline, dona do oleoduto que foi alvo do ataque, só conseguiu reiniciar um pequeno segmento e não espera ser capaz de restaurar substancialmente o serviço antes do fim de semana.
Além disso, a Colonial esclareceu muito pouco sobre seus próximos passos, deixando os refinadores e distribuidores de petróleo no escuro sobre o que pode acontecer nas próximas 48 horas.
As empresas que dependem do oleoduto estão cada vez mais frustradas com a falta de transparência, segundo uma fonte que pediu para não ser identificada.
A Total SE e a Citgo Petroleum Corp. estão entre as refinarias que reduziram a produção de combustível em resposta ao fechamento do oleoduto. Outras — incluindo Valero Energy Corp., Phillips 66 e Marathon Petroleum Corp. — estão alugando navios petroleiros no Golfo do México para armazenar o excesso de gasolina e diesel por até 40 dias, segundo pessoas a par do assunto.
Filas nos postos
Diante das fillas nos postos de gasolina, a administração Biden agiu na terça-feira para tentar diminuir a escassez de gasolina.
A Agência de Proteção Ambiental dispensou os requisitos sobre a volatilidade da gasolina em 12 estados e em Washington, D.C., para ajudar a trazer mais combustível para áreas abastecidas pelo oleoduto da Colonial.
O Departamento de Transporte também anunciou medidas iniciais que poderiam permitir que navios-tanque estrangeiros transportassem gasolina e diesel para os portos da Costa Leste.
As empresas que dependem do oleoduto estão cada vez mais frustradas com a falta de transparência, segundo uma fonte que pediu para não ser identificada.
A Total SE e a Citgo Petroleum Corp. estão entre as refinarias que reduziram a produção de combustível em resposta ao fechamento do oleoduto. Outras — incluindo Valero Energy Corp., Phillips 66 e Marathon Petroleum Corp. — estão alugando navios petroleiros no Golfo do México para armazenar o excesso de gasolina e diesel por até 40 dias, segundo pessoas a par do assunto.
Filas nos postos
Diante das fillas nos postos de gasolina, a administração Biden agiu na terça-feira para tentar diminuir a escassez de gasolina.
A Agência de Proteção Ambiental dispensou os requisitos sobre a volatilidade da gasolina em 12 estados e em Washington, D.C., para ajudar a trazer mais combustível para áreas abastecidas pelo oleoduto da Colonial.
O Departamento de Transporte também anunciou medidas iniciais que poderiam permitir que navios-tanque estrangeiros transportassem gasolina e diesel para os portos da Costa Leste.
O oleoduto da Colonial é o canal mais importante para distribuição de gasolina, diesel e combustível de aviação nos EUA, conectando refinarias ao longo da Costa do Golfo aos centros populacionais de Atlanta a Nova York.
A cada dia, embarca cerca de 2,5 milhões de barris, montante que supera todo o consumo de petróleo da Alemanha.
Duas semanas para regularização
O incidente de cibersegurança é apenas o exemplo mais recente de ataques a infraestruturas críticas visadas por ransomware. Os hackers estão cada vez mais tentando se infiltrar em serviços essenciais, como redes elétricas e hospitais.
Os casos de ransomware envolvem hackers semeando redes com software malicioso que criptografa os dados e deixa as máquinas bloqueadas até que as vítimas paguem uma taxa de extorsão.
Este seria o maior ataque desse tipo a um oleoduto de combustível dos EUA.
Na segunda-feira, o FBI indicou que a culpada pelo ataque poderia ser uma gangue de ransomware conhecida como DarkSide.
Embora os ciberataques sejam cada vez mais usados em todo o mundo como uma arma contra rivais geopolíticos, não havia indicação de que a crise atual poderia transbordar para uma crise internacional.
O presidente Joe Biden não chegou a culpar o Kremlin pelo ataque, apesar de algumas evidências de que os hackers ou o software que eles usaram estão “na Rússia”.
A Rússia não tem conexão com esse ataque cibernético, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres na terça-feira.
Mesmo quando o duto for restaurado, levará cerca de duas semanas para a gasolina armazenada chegar aos postos de abastecimento da Costa Leste, de acordo com a previsão mais recente enviada aos transportadores.
via-O Globo