Militares dos Estados Unidos disseram nesta sexta-feira (4) que realizaram ataques contra 15 alvos pertencentes ao grupo Houthis no Iêmen.
A ofensiva, que incluiu bombardeios contra as capacidades militares do grupo, teria sido efetuada para “proteger a liberdade de navegação” no Mar Vermelho, após semanas de ataques dos Houthis contra navios com destino a Israel, de acordo com os EUA.
Os Houthis, apoiados pelo Irã, acusaram os EUA e o Reino Unido de realizarem ataques aéreos em quatro cidades do Iêmen nesta sexta. Sete desses ataques tiveram como alvo o aeroporto de Hodeidah e a área de Katheeb em Hodeidah, segundo informações da TV Al-Masirah, dirigida pelos Houthis.
O Ministério de Defesa britânico disse que o Reino Unido não esteve envolvido nos ataques contra o Iêmen, e o Exército de Israel disse que não tem conhecimento dos ataques.
Imagens geolocalizadas pela CNN mostram fumaça no norte de Hodeidah, uma cidade portuária controlada pelos Houthis no oeste do Iêmen. O vídeo foi capturado de um ponto de vista ao longo do Mar Vermelho.
Como os Houthis se encaixam nos conflitos?
Os Houthis, tal como o Hezbollah e o Hamas, estão entre os grupos apoiados pelo Irã e alinhados contra Israel.
Os confrontos com os grupos têm se intensificado desde os ataques do Hamas em 7 de outubro e a subsequente ofensiva militar israelense em Gaza, com os Houthis alegando que os seus ataques contra navios no Mar Vermelho são em solidariedade aos palestinos.
A escalada da guerra de Israel com o Hezbollah aumentou os receios de uma guerra regional mais ampla envolvendo o Irã e os grupos apoiados pelo país.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.
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