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EUA alertam Turquia contra acolhimento de líderes do Hamas | CNN Brasil

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Os Estados Unidos alertaram a Turquia contra o acolhimento de líderes do Hamas, destacando que “não pode haver mais negócios como de costume” com o grupo palestino.

“Acabamos de ver notícias dos últimos dias de que eles [o Hamas] se mudaram para a Turquia. Mas é claro que deixaremos claro ao governo da Turquia, como deixamos claro a todos os países do mundo, que não pode haver mais negócios como de costume com o Hamas”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, na segunda-feira (18).

Miller afirmou que os EUA não estão em posição de contestar as informações — que a Turquia negou.

“Membros do gabinete político do Hamas visitam a Turquia de vez em quando. As alegações de que o gabinete político do Hamas se mudou para a Turquia não são verdade”, comentou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores à CNN.

O alerta dos EUA vem depois de o Catar, um mediador chave nas negociações Hamas e Israel, ter suspendido sua participação nas discussões após concluir que os dois lados estão sem vontade de chegarem a um acordo. Além disso, o país fechou o escritório político do Hamas em Doha, sua capital.

Os Estados Unidos não acham que “os líderes de uma organização terrorista cruel devam viver confortavelmente em qualquer lugar, e isso certamente inclui uma grande cidade de um dos principais parceiros”, argumentou Miller.

O Hamas é designado pelos EUA como um grupo terrorista. No entanto, os integrantes do grupo podem entrar e sair livremente da Turquia, membro da Otan, a aliança militar ocidental, e ter presença regular no país.

Em dezembro de 2023, Akif Cagatay Kilic, principal conselheiro de política externa e segurança do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse à CNN que o líder político do Hamas da época, Haniyeh, “poderia ter estado” na Turquia em 7 de outubro, dia em que o grupo liderou um ataque contra Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 250 reféns.

Entenda os conflitos no Oriente Médio

Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.

Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.

Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.

Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.

Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.

No momento, as negociações por tréguas estão travadas tanto no Líbano, quanto na Faixa de Gaza.

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