A cerca de três meses do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Inep trocou novamente a chefia da Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb), responsável pela prova. A diretora Michele Melo, que era ligada ao ex-presidente do órgão, Danilo Dupas, pediu exoneração na quarta-feira. A troca foi confirmada pelo instituto.
A partir desta sexta-feira o servidor Rubens Campos de Lacerda Junior substituirá a diretora interinamente e será o oitavo a ocupar o posto durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. Desde dezembro de 2020, Lacerda era coordenador geral de Exames para Certificação, setor subordinado à Daeb. Segundo o Inep, o servidor já executava trabalhos relacionados ao Banco Nacional de Itens (BNI), que compõe o exame, e fazia parte da equipe pedagógica responsável pela matriz da prova.
O Enem está marcado para os dias 13 e 20 de novembro e ocorrerá em meio a trocas sucessivas no Inep. Na semana passada, o ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou a saída de Danilo Dupas do cargo e sua substituição pelo servidor de carreira Carlos Moreno. Em entrevista, Moreno afirmou que sua missão no Inep seria garantir a estabilidade das avaliações, sobretudo do Enem.
— Faço parte desse corpo de servidores que tem o compromisso de garantir essas entregas nesse momento difícil, faltando 5 meses para a conclusão desse governo, tendo eleições. Assumo para dar essa tranquilidade sobretudo para aqueles que estão inscritos no Enem, no Enade, e no Revalida, que são exames que ainda serão aplicados pelo Inep neste ano. Essa é minha missão aqui nesse momento — afirmou Moreno na semana passada.
Dupas deixou o cargo após ter uma gestão marcada por crises. Em novembro do ano passado, às vésperas do Enem, 37 servidores do Inep entregaram seus cargos de coordenação em meio a denúncias contra Dupas. Na ocasião, os funcionários acusaram o presidente da autarquia de praticar assédio moral e censurar trabalhos conduzidos pela equipe do Inep. Em audiência na Câmara, o então presidente negou as acusações. Dupas foi mantido no cargo, blindado pelo ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.
Com informações O Globo