Após mais de um ano, a empresa Mediall Brasil, contratada pelo governo do Acre para administrar o hospital de campanha no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), em Rio Branco, encerra suas atividades neste domingo (19).
Com a saída da Mediall, a Sesacre é quem assume a administração da unidade e servidores contratados pelo estado vão dar continuidade aos atendimentos. Atualmente, o hospital está apenas com quatro pacientes internados, sendo dois na UTI e dois em enfermaria.
Foi no dia 7 de maio do ano passado que os primeiros pacientes começaram a ser transferidos para o Into, após cerca de 30 dias de obras. Inicialmente, eram 11 leitos de UTI disponíveis para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Com o avanço da pandemia no estado, a unidade de saúde chegou a ter 40 leitos de UTI instalados e 100 de enfermarias. Cerca de 660 profissionais foram contratados entre médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, farmacêuticos, bioquímicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Em meados de março a abril, o estado ficou com fila de espera por leitos.
Durante esse período, segundo informou o diretor do Into, Osvaldo Leal, mais de 54 mil pessoas foram atendidas no hospital, ultrapassando 4 mil internações, sendo quase 3,2 mil em leitos clínicos e mil somente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com mais de 2,6 mil altas médicas.
No pico da pandemia, hospital chegou a ter fila de espera de leitos e atualmente está apenas com quatro pacientes — Foto: Tálita Sabrina/Rede Amazônica Acre
Ainda segundo os dados levantados pela administração, entre junho de 2020 e julho de 2021, foram dispensadas pela farmácia do Into cerca de 681 mil prescrições médicas e mais de 33 mil atendimentos realizados por psicólogos e assistentes sociais voltados aos pacientes e familiares.
“A partir de amanhã, a administração direta do hospital passa para a secretaria, não vai haver nenhum prejuízo para a população, os serviços continuam sendo oferecidos. Eles só deixam de ser oferecidos por intermédio da empresa que foi contratada para dar conta dessa emergência, e passa a ser de gestão direta da Secretaria de Saúde”, afirmou o diretor.
Ao G1, a secretária estadual de Saúde, Paula Mariano disse que, como a demanda reduziu muito com o avanço da vacinação, atualmente, o hospital conta com 10 leitos ativos de UTI para pacientes com Covid e 20 de enfermaria. Além de 10 leitos de UTI convencional.
No entanto, toda a estrutura e equipamentos seguem na unidade para o caso de precisar ativar os demais leitos. Segundo ela, a expectativa é que os casos e internações por Covid-19 sigam reduzindo no estado e o hospital deve passar a atender para realização de cirurgias.
“Nós estamos entrando com nossos funcionários, não é mais a empresa. Estamos com 10 leitos de UTI instalados e vamos dar continuidade nos atendimentos de enfermaria e pronto atendimento, como vinha sendo feito. Diminuiu bastante o quantitativo de leitos por conta da ocupação que caiu em média para quatro pacientes. Estamos com outros projetos para o Into em relação às cirurgias eletivas, mas vamos manter a UTI Covid e uma UTI convencional também”, disse a secretária.
Pandemia e vacinação no Acre
O Acre registra um total de 87.925 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, segundo último boletim divulgado pela Sesacre. Ao todo, 1.817 pessoas morreram em decorrência da doença. O estado tem 85.935 pessoas curadas da doença desde o início da pandemia.
Dos 70 leitos disponíveis na rede SUS em todo o Acre, quatro estão ocupados. Com isso, a taxa de ocupação dos leitos é de 6%. São 50 leitos em Rio Branco e 20 em Cruzeiro do Sul.
De acordo com informações do portal de transparência do governo, o Acre já recebeu 1.015.363 doses de vacinas e foram aplicadas 742.731 doses na população até essa sexta (17). Dessas, 501.767 foram de primeira dose, 234.973 de segunda e 11.983 pessoas receberam a dose única.
Segundo o governo, o número de doses aplicadas que consta no portal refere-se aos dados já inseridos no sistema do Ministério da Saúde, cujas atualizações são realizadas pelos municípios. Por isso, pode haver atraso nas informações.
Por G1