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Coluna da Ritinha – Vacinação das Pessoas com deficiência contra Covid-19

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Alívio X Esclarecimentos

            Fora a emoção e alívio a vacina contra Covid-19 nos deixam tão em paz, tão mais felizes. E a gratidão então? É a maior do mundo! E essa gratidão gira em torno de ver o dia de se vacinar chegar e você poder ir receber sua dose com saúde. Ressalto esse sentimento, no entanto, porque, teve tanta gente que esperava ansiosamente por esse dia e não aguentou, sabe? Tem tanta gente que, até este momento insiste em negar o trabalho da ciência mundial e não vai aproveitar essa chance – o que é mais triste ainda! Contudo, eu, o Arlen Araújo e outros brasileiros com deficiência fizemos diferente e quando chegou o nosso grande dia fomos no postinho para pôr no braço as primeiras doses do imunizante. 

            E que sensação! Que coisa maravilhosa! Tanto para mim como para o Arlen – que tive a satisfação de conversar e sentir a felicidade que a primeira dose da vacina despertou nele. Foi tão bom ver ele se vacinando, ver outras pessoas com deficiência se vacinando e adquirindo proteção contra esse vírus terrível. É isso que deve prevalecer, entende? É o amor ao próximo, a empatia pelos demais que devemos levar para frente e fazermos crescer o máximo que der. 

No entanto, como nem tudo são flores e como, para a maioria dos meus as coisas não são fáceis chegar nessa vacinação também não foi! Porque, de início nem todas as pessoas com deficiência entraram nos grupos prioritários. Fomos inseridas somente depois. E, sério! Eram tantas prioridades que nunca foram prioridade que meu Deus do céu! Juro que pensei que os nossos bracinhos nunca iriam ver aquela agulha contra Covid-19, porque realmente não sei de onde brotou esse monte de prioridade. E, na lei, a gente SEMPRE foi e é prioridade. Porém, agora, na vacinação contra um dos vírus mais letais que o mundo já viu não alcançamos esse nosso direito de imediato.

E aí, quando, enfim e finalmente anunciaram a nossa vacinação adivinhem! O nosso grupo prioritário estava dividido economicamente e isso, se significava que, somente quem recebia e mostrasse o comprovante do Benefício de Prestação Continuada (BPC – um auxílio cedido pelo Governo Federal, através do INSS para pessoas com deficiência de baixa vulnerabilidade financeira) poderia se vacinar. Sendo que, independente de receber ou não o auxílio a nossa deficiência estava ali de qualquer jeito. Então, é errado nos dividir economicamente. É errado pedir o comprovante desse benefício ao invés do documento que descreve o nosso diagnóstico. BPC não é laudo!

Um outro ponto que senti necessidade de esclarecer é que nem toda pessoa com deficiência faz parte de dois grupos prioritários (pessoas com deficiência e comorbidade), pois nem toda deficiência causa comorbidades. No mais, com alívio e felicidade exaltados e alguns pontos esclarecidos eu e Arlen, pessoas com deficiência que residem em Cruzeiro do Sul dizemos a você que: – Se vacinem por você e os demais! Confiem em Deus e na ciência! Agradeçam ao SUS. Valorizem todos, absolutamente TODOS os que estão na linha de frente.

            Ritinha Andrade

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