Os ataques de Israel nas últimas semanas destruíram cerca de 50% do arsenal do Hezbollah, que inclui mísseis balísticos e de cruzeiro, bem como foguetes, de acordo com autoridades dos EUA e de Israel.
Várias fontes descreveram o Hezbollah como uma organização “decapitada” após uma série de operações israelenses matar parte se sua liderança, incluindo o líder Hassan Nasrallah.
“A coisa mais importante que fizemos foi tentar eliminar cerca de metade da capacidade de mísseis e foguetes que foi construída nos últimos 30 anos com o Irã. E nós fizemos”, pontuou uma autoridade israelense.
Mas várias autoridades alertaram que o grupo ainda tem estoque escondido. Israel não destruiu todo o arsenal do Hezbollah — e não ficou imediatamente claro quais projéteis foram destruídos.
É possível que o grupo tenha retido parte de seus projéteis de longo alcance mais sofisticados, como mísseis balísticos e de cruzeiro, que autoridades americanas atuais e antigas disseram que o Hezbollah não usou até agora.
Uma autoridade americana observou que Israel havia destruído em grande parte “mísseis avançados, menos avançados” — embora, essa pessoa observou, com a destruição da liderança do Hezbollah, seja uma questão em aberto quem pode ordenar o disparo dos estoques restantes.
O quadro geral é de um grupo que foi severamente degradado — o Hezbollah notavelmente não participou do ataque iraniano de segunda-feira a Israel —, mas continua perigoso.
Por quase um ano, autoridades de inteligência dos EUA avaliaram que o Hezbollah não queria uma guerra em grande escala com Israel.
Alguns analistas americanos agora questionam discretamente se a campanha realizada por Israel pode ter eliminado incentivos do grupo para evitar a escalada ou para não retornar à estratégia de lançar ataques terroristas internacionais.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.