A Alemanha pretende começar a devolver parte dos artefatos históricos conhecidos como os Bronzes de Benin à Nígéria no ano que vem, anunciou na quinta-feira (27) o governo alemão.
A movimentação segue a tendência de outras nações que vêm devolvendo relíquias saqueadas durante a era colonial aos seus locais de origem.
As peças foram retiradas do Reino de Benin – atual sudoeste da Nigéria – em 1897 pelo exército britânico, que controlava a região.
As placas, com bustos e esculturas datadas dos séculos XVI e XVIII, decoravam o palácio real de Benin e são, na verdade, feitas com uma liga de cobre – e não bronze, como diz o nome.
‘Transparência máxima’
Os ministérios das Relações Exteriores e da Cultura da Alemanha divulgaram um comunicado conjunto em que dizem defender “transparência máxima” no processo de restituição.
“Queremos contribuir para um entendimento comum e uma reconciliação com os descendentes do povo que foi privado de seus tesouros culturais durante o tempo do colonialismo”, diz a nota.
O Museu de Etnologia de Berlim guarda mais de 500 artefatos históricos do reino de Benin em suas coleções, a maioria bronzes.
Espalhado pelo mundo
Após o saque dos britânicos, as esculturas foram vendidas e estão espalhadas em diversas instituições pelo mundo – da Nova Zelândia aos Estados Unidos. A maior coleção está em Londres.
No mês passado, a universidade escocesa de Aberdeen anunciou a devolução de uma das peças de bronze (que ilustra esta reportagem) à Nigéria nas próximas semanas.
No final de 2020, a França aprovou a devolução de 26 peças saqueadas em 1892 no antigo Reino do Benin.
A Nigéria quer construir um novo museu para exibir os preciosos bronzes – o edifício deverá ficar pronto no fim de 2024 e tem um custo estimado em 3,4 milhões de euros (cerca de R$ 22 milhões).
Via-G1