O advogado Jefferson Moura da Costa foi indiciado pelo estupro e cárcere privado da faxineira de 29 anos, que pulou da sacada de um apartamento para fugir do agressor na Zona Leste de Teresina. O inquérito foi concluído pela delegada Vilma Alves, coordenadora da Delegacia de Atendimento à Mulher.
“Foi um crime hediondo, a vítima foi mantida em cárcere privado por mais de duas horas, sob ameaça do agressor. Precisou pular do apartamento para não ser estuprada novamente”, destacou a delegada.
Após a denúncia da faxineira, outras quatro vítimas denunciaram o advogado pelo criem de importunação sexual.. Um inquérito foi aberto para investigar os casos.
“Ele deve responder também pelo crime de importunação sexual. Ainda estamos no início das investigações. Soubemos de mais vítimas e estamos aguardando novas denúncias”, explicou Vilma Alves.
Jefferson Moura Costa faz parte da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, que decidiu suspender o registro dele. Depois do ocorrido, a entidade abriu um processo disciplinar, através do Tribunal de Ética e Disciplina, para investigar a conduta do suspeito.
O advogado também responde pelo homicídio do cabo do exército Arione de Moura Lima, ocorrido em abril de 2010, no município de Picos, Sul do Piauí. Além dos crimes de corrupção ativa, desacato e porte ilegal de arma de fogo.
Ele foi preso em flagrante pelo estupro da faxineira no dia 14 de julho e foi transferido para a Penitenciária Irmão Guido, com a prisão preventiva decretada pela Justiça. A defesa do advogado entrou com o pedido para que o suspeito seja transferido de presídio ou tenha prisão domiciliar.
Faxineira diz que não consegue mais trabalhar
Faxineira que pulou de prédio após ser estuprada disse que não consegue mais trabalhar — Foto: Catarina Costa/G1
A vítima de estupro contou que o seu trabalho como faxineira era a única fonte de renda da família, mas desde a violência sexual, sofrida durante o trabalho, ela não consegue mais trabalhar. Segundo ela, a família vem sobrevivendo de doações.
A vítima tem dois filhos e o marido, cardiopata, está desempregado. Ela disse que não consegue mais dormir direito e lembra constantemente da violência que sofreu.
“Desde que aconteceu isso comigo, eu não consegui mais dormir ou trabalhar. Na hora que eu fecho os olhos, vem aquela cena na minha cabeça. Às vezes acordada vem a imagem daquele homem grande me agarrando e eu entro em desespero”, contou, emocionada.
Via-G1