Divulgado nesta quinta-feira (3), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz destaca manutenção de queda ou estabilização, na população adulta, dos casos positivos para Sars-CoV-2 e influenza A na maioria dos estados. Nas crianças e pré-adolescentes de 5 a 14 anos, no entanto, a análise verificou crescimento ou manutenção de patamar elevado de novas ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em alguns estados.
Apesar da queda no cenário nacional, dois estados apresentam crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): o Acre e o Espírito Santo. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 30, período de 23 a 29 de julho. Já em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, as ocorrências de SRAG se mantém elevadas nas crianças pequenas, embora em Minas Gerais os dados laboratoriais não apontem associação ao vírus sincicial respiratório (VSR). Nos estados do Norte e Nordeste, há sinal de interrupção na tendência de alta de SRAG em crianças.
“Nas crianças, o VSR segue como o principal vírus identificado, sendo responsável pelo cenário atual nesse público, porém já dando sinais de queda na maioria dos estados. Em Minas Gerais, o aumento recente nessa faixa etária pode estar associado ao aumento recente nos positivos para rinovírus e metapneumovírus”, observa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
O InfoGripe destaca ainda que três das 27 capitais apresentam sinal de crescimento: Belém (PA), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). Na maioria delas, o sinal está presente fundamentalmente nas crianças ou na população a partir de 65 anos. Curitiba, Porto Alegre e Rio Branco, embora não apresente aumento, mantém estabilidade em patamar elevado de novos casos semanais de SRAG nas crianças pequenas.
Em nove dos 27 estados, observa-se ao menos uma macrorregião de saúde com indícios de crescimento na tendência de longo ou curto prazo: Acre, Amazonas e Roraima, no Norte; Bahia, Paraíba e Pernambuco no Nordeste; Espírito Santo e Minas Gerais no Sudeste; e Rio Grande do Sul, no Sul.
“Em relação aos demais vírus respiratórios, no Amazonas, observa-se aumento recente dos casos de SRAG positivos para bocavírus. Na Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, verifica-se crescimento nos casos positivos para rinovírus e metapneumovírus. Já em São Paulo é possível observar ligeiro aumento na presença desses três vírus”, informa Gomes.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 6,7% para influenza A; 3,7% para influenza B; 32,1% para VSR; e 22,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 11,8% para influenza A; 9,8% para influenza B; 9,8% para VSR; e 43,1% para Sars-CoV-2 (Covid -19).
Em 2023, já foram notificados 114.994 casos de SRAG, sendo 44.838 (39%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 55.357 (48,1%) negativos, e ao menos 8.365 (7,3%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 9,4% são para influenza A; 5% para influenza B; 41% para VSR; e 31,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 6,7% para influenza A; 3,7% para influenza B; 32,1% para VSR; e 22,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Este ano, já foram registrados 6.831 óbitos por SRAG, sendo 3.645 (53,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.704 (39,6%) negativos, e ao menos 156 (2,3%) aguardando resultado laboratorial.
Com informações Ac24horas