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Com o intuito de informar e instruir os pais sobre o assunto, o projeto “Eu me protejo” lançou uma cartilha educativa para prevenção do abuso infantil
Abuso sexual infantil: veja como ensinar seu filho a se proteger e denunciar os casos As crianças precisam se sentir seguras para contar a pessoas de confiança quando alguém tenta tocá-las de forma inapropriada ou abusá-las de alguma forma
- Explique que meninos e meninas são diferentes
- Dê nomes precisos para as partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Nada de ficar inventando “apelidos”
- Conte que os bebês vêm da barriga da mãe
- Estabeleça regras sobre limites pessoais, como manter as partes íntimas sempre cobertas
- Dê respostas simples a todas as perguntas sobre o corpo e as funções corporais
- Fale sobre a diferença entre toques aceitáveis (que são agradáveis e bem-vindos) e toques inadequados (que são desconfortáveis, indesejados ou dolorosos)
- Diga que seu filho tem a liberdade para dizer “não” todas as vezes que não se sentir confortável com a ideia de ser tocado, inclusive quando parentes e amigos quiserem dar beijos ou abraços
- Explique que ninguém (crianças e adultos) tem o direito de tocar em suas partes íntimas
- Mostre que seu filho pode confiar em você e que está disponível e aberto para ouvir tudo o que ele tem a dizer. Peça para que ele não guarde segredos
- Explique a diferença entre “surpresa” (que é algo que será revelado em breve, como um presente) e “segredo” (que é algo que você nunca deve contar)
Dos 4 aos 6 anos
- Diga que os corpos dos meninos e das meninas mudam conforme eles vão ficando mais velhos
- Explique como os bebês crescem na barriga da mãe e conte sobre o processo de nascimento
- Estabeleça algumas regrinhas sobre limites pessoais, como sempre manter as partes íntimas cobertas em público e nunca tocar as partes íntimas dos colegas
- Oriente sobre como seu filho deve agir se um estranho fizer qualquer tipo de convite. Fale que ele deve imediatamente avisar a família, o professor ou outro adulto de confiança
- Explique que é errado que alguém toque suas partes íntimas sem permissão ou peça para você toque as partes íntimas de outra pessoa, mesmo que seja de alguém conhecido ou da família
- Diga que, se uma situação de abuso acontecer, a criança nunca é a culpada e que ela precisa contar o que aconteceu para alguém de confiança
Dos 7 aos 12 anos
- Fale sobre as mudanças da puberdade e explique como podemos lidar com elas
- Dê noções básicas sobre reprodução, gravidez e parto
- Oriente sobre os riscos da atividade sexual, como gravidez e DSTs
- Converse, de forma simples, sobre o que são métodos contraceptivos e como eles funcionam
- Explique que o abuso sexual não precisa, necessariamente, envolver toque
- Dê orientações sobre como se manter seguro ao conversar e conhecer pessoas pela internet
- Fale sobre namoro e estabeleça “regras” sobre o assunto
- Mostre como ele pode reconhecer e evitar situações de “risco”
Meninas de 8 e 10 anos eram estupradas pelo padrasto Não se cale! Denuncie, compartilhe, debata e até grite, se necessário. Qualquer tipo de violência deve ser notificada às autoridades, Conselho Tutelar ou uma delegacia, para que possam adotadas as medidas de proteção rapidamente. Durante a pandemia, as denúncias anônimas devem ser feitas pelo Disque Denúncia – 181, 180 ou 100. Ainda há um serviço, lançado pelo Governo Federal, em que pode registrar a denúncia através do aplicativo “Direitos Humanos Brasil”. Esses canais servem como apoio, denúncia, amparo e orientação em todo o Brasil. É preciso jogar luz sobre o mundo obscuro e cruel do abuso infantil. Essa é nossa maior arma para proteger as crianças.