A prefeitura de Calçoene informou nesta segunda-feira (26) que o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelos adolescentes Renato Siqueira de Jesus, de 13 anos, e Fabrício Oliveira Barbosa, de 14 anos. Os dois desapareceram em 8 de abril numa região de floresta do município, no norte do Amapá.
Os meninos estavam acampados com suas respectivas famílias numa área de assentamento rural para trabalhadores temporários. Era a primeira vez que eles estavam no local, conhecido como Rio Verde.
No dia 8, os dois saíram de manhã para apanhar açaí, prática comum na região. Depois disso, não entraram mais em contato com a família. As buscas dos bombeiros começaram 2 dias depois.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a área onde os dois sumiram fica a cerca de 2,5 quilômetros de onde as famílias estão acampadas. A região é pouco habitada e tem floresta densa, rios e pequenos riachos.
6 dias de buscas
Buscas por adolescentes desaprecidos em Calçoene — Foto: COE-Bope/Divulgação
Ao longo de 16 dias de ações dos bombeiros na região, poucos vestígios foram encontrados. Foram achadas algumas pegadas. Também foi encontrada uma cadela que sumiu do mesmo acampamento onde os adolescentes estavam.
Além dos bombeiros, a busca mobilizou mais de 50 profissionais do Exército, da Polícia Militar, da Guarda Florestal e da Polícia Civil, através do Grupo Tático Aéreo (GTA) e o Canil.
Mais esclarecimentos devem ser dados pelo Corpo de Bombeiros em uma entrevista coletiva marcada para a tarde desta segunda-feira, no Comando-Geral da corporação, em Macapá.
Dificuldade logística
Militares do Corpo de Bombeiros fazendo buscas em áreas alagadas em Calçoene — Foto: CBM/Divulgação
O major Marcelo Guedes, comandante da operação, adiantou que o fim da procura avaliou critérios técnicos e logísticos, pela falta de evidência dos meninos no local de busca.
“Foram 16 dias de trabalho intenso, com empenho muito grande todas as equipes. Encerramos porque, para manter uma tropa aqui, para manter esse trabalho, precisamos de uma fundamentação técnica. Ecomo foram esgotadas todas essas possibilidades de avanço, a gente encerrou”, explicou.
Num vídeo ao lado do prefeito do município, Reinaldo Barros, agradeceu ao apoio da prefeitura e das demais forças de segurança. Reforçou também a dificuldade encontrada na área.
“As informações iam se esgotando justamente porque aquele entorno da área que foi dita como onde eles se perderam e não voltaram mais, ela foi varrida toda. Várias equipes fizeram busca minuciosa. Foram feitas, foram encontrados alguns sinais e rastros que direcionavam essas buscas”, detalhou.
Prefeito de Calçoene, Reinando Barros, e major Marcelo Guedes, comandante da operação — Foto: Reprodução
Floresta densa limitou ações
Desde o início da operação houve muitas dificuldades na região. A floresta densa foi um dos fatores que limitaram a ação das equipes. em função de grandes áreas de mata fechada, pouca habitação, pontos alagados e diversos rios.
O mau tempo também retardou as atividades, principalmente por via aérea. O helicóptero do GTA precisou deixar de sobrevoar a área diversas vezes em função das fortes chuvas.
“Foi percorrida toda a área, mais de 40 quilômetros. Todos ajudaram, estávamos muito preocupados, com o objetivo de encontrar, mas infelizmente não encontramos e estamos aqui dando resultado de todo o trabalho que foi feito. Estamos solidários às mães dessas crianças, que devem estar sofrendo”, completou o prefeito Reinaldo Barros.
Procura aconteceram em locais de difícil acesso — Foto: CBM/Divulgação
Via-G1