O Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo) protocolou nesta sexta-feira (9) no Ministério Público uma representação contra o retorno das aulas presenciais na capital paulista, previsto para segunda-feira (12).
Segundo a entidade, há “evidências de que a decisão do prefeito de São Paulo por reabrir escolas em fevereiro e novamente em abril foi de natureza política, contrariando o corpo técnico e científico da Secretaria Municipal de Saúde”.
O sindicato afirma que os dados dos boletins diários da prefeitura indicam alta no número de óbitos, infecções, internações e mortes por covid-19. Ainda assim, em fevereiro, decidiu reabrir escolas, o que, segundo o Sindsep, “promoveu em três semanas surtos de infecção por coronavírus em 850 escolas na cidade, quando já havia registro da circulação da variante P1 de Manaus”.
A representação feita ao Ministério Público de São Paulo pretende demonstrar que, ao longo de março, houve uma piora dos números da pandemia sem registro de qualquer tendência de recuo ou estabilização.
A greve de trabalhadores da educação municipal completou 60 dias. Entre as exigências estão a vacinação de todos os profissionais, testagem RT-PCR em massa de alunos e funcionários e suspensão das atividades presenciais nas escolas na atual fase da pandemia.
De acordo com o Sindsep, a decisão contraria recomendações de especialistas na área da Saúde, por isso o sindicato quer saber quais embasamentos técnicos e fundamentos científicos foram usados para decidir pelo retorno às aulas na capital.
“A Secretaria Municipal de Educação chegou a publicar Instrução Normativa afirmando que a escola abriria em 12 de abril, condicionado à decisão da Secretaria Municipal da Saúde. No entanto, nenhum documento ou parecer técnico da Saúde tem sido apresentado para justificar a reabertura neste momento”, aponta.
A Prefeitura de São Paulo ainda não comentou a representação do Sindsep.
Via-R7