O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o Acre mantém uma economia com base sólida em setores estratégicos como administração pública, educação e agricultura. Embora ocupe a 17ª posição no ranking nacional de nível de ocupação da população com 14 anos ou mais, o estado concentra sua força de trabalho em áreas essenciais ao desenvolvimento regional.

O comércio e a reparação de veículos aparecem como principais empregadores, tanto no cenário nacional (17,1%) quanto no estadual (16,3%). A construção civil também figura entre os cinco maiores segmentos de ocupação, representando 7,3% no Acre, proporção próxima à média brasileira de 7,8%. A educação tem destaque especial no estado, absorvendo 9,5% da força de trabalho, acima da média nacional de 6,6%.
Atividades ligadas ao campo, como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, respondem por 10,7% dos empregos no Acre, percentual superior ao nacional (7,5%). A administração pública, defesa e seguridade social emprega 8,6% dos trabalhadores locais, quase o dobro da média brasileira (4,6%). Juntos, esses setores, somados aos serviços domésticos, reúnem 36% das ocupações no estado, contra 23% no país.
Os dados também mostram forte presença feminina em áreas essenciais. No Acre, as mulheres são maioria na educação (69,1%), na saúde e serviços sociais (68,8%), nos serviços domésticos (67,6%), em alojamento e alimentação (65,5%) e em outras atividades de serviços (62,6%), confirmando o protagonismo feminino em segmentos fundamentais da economia local.
Entre os municípios acreanos, Rio Branco registra o maior índice de ocupação, com 52,7%, seguido por Epitaciolândia (51,8%) e Acrelândia (50,7%). As menores taxas foram observadas em Tarauacá (30,6%) e Santa Rosa do Purus (32,2%). O levantamento também evidencia desigualdades raciais: pessoas amarelas (53,2%), pretas (51,6%) e brancas (50,3%) apresentam as maiores taxas de ocupação, enquanto pardas (46,5%) e indígenas (25,8%) têm os menores índices.
A maioria da população ocupada no Acre possui ensino médio completo ou superior incompleto (35,2%). No entanto, 27% ainda não concluíram o ensino fundamental ou não têm instrução, acima da média nacional (22%). O percentual de trabalhadores com ensino superior completo é de 22,2%, próximo ao índice brasileiro de 22,4%.
Em relação à renda, mais da metade da população ocupada (50,7%) recebe até um salário mínimo, enquanto no Brasil esse número é de 35,3%. A faixa de rendimento mais comum é entre um e dois salários mínimos. Mesmo assim, o Acre apresenta rendimento médio mensal de R$ 2.243, valor superior ao de outros estados da Região Norte, como Amazonas, Pará e Amapá.
Para o governo estadual, os dados do Censo reforçam o papel da administração pública e da educação como pilares da economia e evidenciam o peso das mulheres no mercado de trabalho. A gestão também avalia que o levantamento fornece subsídios importantes para planejar políticas que reduzam desigualdades e ampliem oportunidades. Segundo o governo, o Acre segue em um processo de fortalecimento econômico baseado na valorização do trabalho, da inclusão e da melhoria da qualidade de vida da população.





