Redação Juruá Online
Os projetos de crédito de carbono no Acre estão enfrentando sérias dificuldades devido à seca severa e à mudança climática acelerada. Um exemplo preocupante é o Projeto Tauari, localizado na BR-364 próximo a Cruzeiro do Sul, que está lutando para manter suas operações de conservação em meio a desafios ambientais.
Os créditos de carbono representam a não emissão de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, funcionando como uma unidade de medida para ações que contribuem para a preservação ambiental. Empresas ou países que conseguem reduzir suas emissões abaixo de um determinado limite podem vender os créditos excedentes a aqueles que não atingem suas metas de redução de emissões.
Wilker Silva, gerente do Projeto Tauari, destacou que a região enfrenta problemas significativos devido às queimadas e à derrubada de árvores, práticas comuns nas culturas itinerantes locais. Essas atividades, embora tradicionais, estão ameaçando a eficácia do projeto, que cobre uma área de aproximadamente 150.000 hectares entre os rios Tauari e Acurauá.
Para combater os impactos, o projeto tem focado em conscientizar as comunidades locais e oferecer alternativas para uma produção mais sustentável. Entre as iniciativas recentes estão a limpeza de rios e igarapés, respondendo a uma demanda da comunidade para melhorar o escoamento da produção e a segurança das crianças nas rotas escolares.
Além disso, o Projeto Tauari está implementando o programa de Uso Sustentável, que inclui assistência técnica de engenheiros agrônomos e florestais para promover práticas agrícolas mais ecológicas. Atualmente, 43 produtores estão adotando roçados sem fogo, utilizando adubação verde e técnicas de mecanização com microtratores, que visam reduzir o desmatamento e a queima de áreas.
Apesar dos esforços, a seca e as práticas tradicionais de cultivo continuam a representar um desafio significativo para a conservação e a sustentabilidade dos projetos de crédito de carbono na região.