Redação Juruá Online

A população de Porto Walter, no Acre, enfrenta dificuldades cada vez maiores devido à seca que afeta os rios da região e ao bloqueio do único ramal terrestre que conecta o município ao restante do estado. Com mais de 10 mil habitantes, o isolamento piora a cada dia, afetando o abastecimento de alimentos e medicamentos e encarecendo os produtos essenciais.

O ramal que liga Porto Walter a Cruzeiro do Sul, tem uma extensão aproximada de 100 km, passa por sete comunidades e que, durante o período de verão, oferece um acesso relativamente rápido entre os dois municípios, com uma viagem de cerca de quatro horas. Desde sua abertura em 2021, o ramal tem sido fundamental para tirar a população do isolamento, mas uma decisão judicial ordenou o bloqueio do caminho por questões legais.

Sem acesso terrestre e com a navegação comprometida pelo baixo nível do rio, o transporte de produtos básicos tem sido limitado. O empresário Francisco Danilo destaca que mercadorias que antes chegavam diariamente agora levam cerca de um mês para chegar ao município. A agricultora Francisca Carmen lamenta o aumento dos preços e a dificuldade de manter o abastecimento: “Arroz, feijão, tudo mais caro… Para ir buscar só se fosse pela estrada, a gente vai e volta no mesmo dia”.

A situação se reflete também na área da saúde. Aldefran de Oliveira, que precisa viajar com a filha de 12 anos para tratamentos médicos, relata as dificuldades enfrentadas com o bloqueio do ramal: “O sentido dessa estrada vai me fortalecer como pai, como morador de Porto Walter e como ser humano… Acredito que só melhoraria a minha situação de vida para que eu pudesse chegar até os médicos”.

O bloqueio do ramal gerou protestos da população, que cobra uma solução das autoridades. Uma audiência pública foi realizada para discutir o problema, mas sem resultados práticos até o momento.