Redação Juruá Online
Os produtores de banana no Vale do Juruá enfrentam sérias dificuldades nesta safra de final de ano, agravadas por um verão rigoroso que prejudicou a produção. José Nilson, agricultor da comunidade Carlota, explica que as condições climáticas estão afetando a saúde das plantas, levando à morte frequente das mudas e exigindo replantios constantes. “A seca afeta muito, a banana não aguenta o verão,” afirma Nilson.
No mercado público de Cruzeiro do Sul, conhecido como “minhocão”, a famosa banana comprida está em falta, o que impacta nas vendas e até na exportação. Dona Maria de Fátima, vendedora de bananas há mais de 15 anos, comenta que a situação está complicada: “Agora tá muito ruim pra gente vender, porque estão levando toda para fora e aqui tá vindo muito pouca banana.”
Os preços dispararam, com os cacho de banana grande passando de R$ 10 para R$ 20 , mas com disponibilidade limitada. Entre os turistas e residentes, a banana prata é a mais procurada, embora a maçã também tenha sua demanda. Maria de Fátima observa que a banana prata é mais vendável: “A banana prata tem mais saída.”
Apesar dos desafios, os barcos na região continuam transportando, em média, 600 cacho de banana, refletindo uma safra considerada pequena. Os comerciantes locais enfrentam dificuldades para obter a fruta do produtor, já que a maioria está sendo exportada, o que eleva ainda mais os preços. “Estamos comprando do produtor a R$ 13 o cacho e revendendo de R$18 para o consumidor, devido ao aumento dos custos de transporte,” explica um vendedor.
Durante o inverno, quando a colheita é maior, os preços tendem a cair, mas neste momento, a escassez de bananas faz com que o valor aumente, revelando os impactos econômicos da quantidade reduzida de produção na região.
