Os quatro idosos do Lar Vicentino, em Rio Branco, que estavam internados no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into-AC) com Covid-19 já receberam alta do hospital. A informação foi confirmada pela coordenadora do abrigo, Ana Maria Sobreira, nesta sexta-feira (12).
Ana disse que três receberam alta na ainda quarta-feira (10) e o outro, que teve sintomas mais agravados, recebeu alta nessa quinta (11). Os quatro estão de volta ao Lar Vicentino, mas seguem em isolamento dos demais.
“Os idosos que estavam no Into todos já estão aqui com a gente, receberam alta. Estão todos bem, domingo (14), todos [os 22 que testaram positivo para a doença] já devem voltar para os seus quartos porque encerra a quarentena”, disse.
O abrigo registrou, no final de mês de fevereiro, que 23 dos 54 idosos residentes no local tinham testado positivo para a Covid-19. No dia 2 de março, o Ministério Público do Acre (MP-AC) informou que acompanha o caso e pediu que os abrigados tivessem os testes refeitos.
Após reteste no grupo de 23 idosos, o resultado dos exames apontou que 22 estão com a doença e apenas um deu negativo com o segundo teste. A coordenação do abrigo passou, então, a divulgar nota técnica com o quadro deles e, no dia 4 de março, confirmou que quatro precisaram ser internados.
Além dos idosos, também testaram positivo para o novo coronavírus quatro servidores do asilo, que estão afastados.
“Os servidores vão voltar na quarta (17), porque demorou mais para fazer os exames deles. Foi feito primeiro o dos idosos particular e depois o Lacen fez para confirmar, então, os funcionários vão voltar na quarta”, acrescentou.
Saúde Municipal de Rio Branco investiga caso
Logo que foram anunciados os casos positivo, o secretário de Saúde de Rio Branco, Frank Lima, explicou que o município está acompanhando e que a pasta vai fazer todo o rastreamento em relação às notificações positivas no abrigo.
“Vamos fazer todo o rastreamento e enviar para o Ministério da Saúde para a gente saber, de fato, o que está acontecendo, se é uma reação adversa da vacina, ou o que realmente aconteceu. Estamos investigando e a secretaria vai acompanhar. O que nos deixa mais tranquilos é que eles [idosos] estão apresentando, o que diz as reações leves e moderadas da vacina. Nós tivemos a notícia que dois vieram a óbito, mas as circunstâncias ainda vão ser investigadas”, disse.
O gestor reafirmou que mesmo quem tomou a vacina, principalmente os idosos, não podem relaxar com as medidas restritivas. “O idosos que têm tomado o imunizante e também a população em geral, não podem baixar a guarda. Mesmo que a pessoa tenha tomado o imunizante, tem que continuar com os cuidados.”
Imunidade um mês após a 2ª dose
No dia 20 de janeiro deste ano, os idosos começaram a ser imunizados com a primeira dose da vacina contra a doença. Segundo a direção, eles contraíram a doença nove dias depois de tomaram a segunda dose.
Mesmo que o grupo tenha tomado as duas doses da vacina, o infectologista Igor Leitão explicou que o período para quem tomou a CoronaVac ficar imune à doença é de um mês após a aplicação da segunda dose.
“Demora um mês mais ou menos para os anticorpos poderem entrar na corrente sanguínea e a pessoa não pegar mais a doença. E, para quem tomou a CoronaVac, a pessoa pode desenvolver, mas não na forma grave. Como eles tomaram a CoronaVac, ficam suscetíveis a desenvolver a doença de forma leve e tem o fato de que não deu tempo de produzir anticorpos suficiente para proteção”, afirmou o especialista.
Em abril do ano passado, o abrigo registrou a morte de um dos idosos, André Avelino, de 82 anos, que foi o terceiro óbito por Covid-19 registrado no estado.
O Acre tem 61.394 casos de Covid-19 até a quinta (11) e 1.094 óbitos causados pela doença, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
VIA-G1