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Qualidade do ar em Cruzeiro do Sul atinge níveis alarmantes nesta quarta-feira (11)

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Redação Juruá Online

Em meio às queimadas que assolam a região do Juruá, os níveis de poluição do ar em Cruzeiro do Sul ultrapassaram os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados coletados por dois sensores – um localizado no Ministério Público, no centro da cidade, e outro na UFAC, próximo ao Canela Fina – revelam a gravidade da situação.

Segundo os gráficos analisados, durante todo o mês de setembro, a qualidade do ar permaneceu acima de três vezes o limite recomendado pela OMS. O dia 10 de setembro foi especialmente crítico, registrando o maior pico de poluição, principalmente na região próxima à UFAC. Esse aumento está diretamente ligado às queimadas ocorrendo entre o Deracre e Mâncio Lima, contribuindo para o acúmulo de material particulado na atmosfera.

Um dos gráficos mostra a média diária de poluição, com picos superiores a 200 microgramas por metro cúbico, o que é extremamente perigoso para a saúde pública. O gráfico mais preocupante, no entanto, é o que mostra a média horária, evidenciando um aumento significativo de poluição entre 2h e 7h da manhã do dia 10, com picos superiores a 100 microgramas por metro cúbico.

O dado mais alarmante foi registrado na manhã do dia 11 de setembro, quando o sensor na UFAC apontou níveis de poluição que ultrapassaram 500 microgramas por metro cúbico, um valor crítico para a saúde humana. Esses números indicam uma situação preocupante para os moradores, principalmente devido à densa fumaça que encobre a cidade.

A exposição prolongada a esses níveis de poluição pode causar sérios problemas respiratórios, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes.

Dianne Carvalho, coordenadora regional de saúde do Juruá, alertou para os riscos que a poluição do ar traz para a saúde pública, especialmente em um período de estiagem extrema, que agrava ainda mais a situação.

Segundo Dianne, a população deve tomar precauções para minimizar os efeitos da fumaça. “Recomendamos que evitem se expor durante os horários de maior concentração de poluição, principalmente idosos e crianças, que são mais afetados. Em alguns casos, é aconselhável o uso de máscaras. Manter-se hidratado também é essencial, considerando que estamos enfrentando uma seca intensa”, orientou a coordenadora.

Mesmo com o cenário preocupante, Dianne afirmou que, até o momento, o número de internações e atendimentos por síndromes respiratórias não apresentou aumento significativo. “Ainda estamos em uma situação confortável. Monitoramos semanalmente os indicadores de saúde, e ontem tivemos uma reunião que confirmou que os casos de internação por síndromes respiratórias não subiram. Isso reflete tanto nas ações da Secretaria quanto nos cuidados que a população tem tomado.”

A coordenadora também destacou medidas simples que podem ser adotadas em casa para melhorar a qualidade do ar em ambientes internos, como o uso de umidificadores ou de toalhas úmidas estendidas em locais de maior permanência, como quartos. “Essas medidas ajudam a aliviar o ar seco, contribuindo para o bem-estar das famílias.”

A Sala de Situação em Saúde da Estiagem, um núcleo de vigilância que acompanha os efeitos da seca e das queimadas, está em constante monitoramento para responder a possíveis agravamentos da situação. Entretanto, Dianne reforça que, por enquanto, as ações preventivas estão surtindo efeito. “Vamos continuar monitorando, mas a população tem colaborado e adotado as recomendações, o que é essencial para evitar maiores complicações.”

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