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Promotores sugerem que Trump não seja sentenciado a prisão no caso sobre suborno | CNN Brasil

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Promotores sugeriram a um juiz de Nova York a possibilidade de poupar Donald Trump de uma pena de prisão após a condenação em um caso sobre pagamento pelo silêncio de uma estrela pornô, mas se opuseram a arquivar o caso.

Em um documento judicial tornado público nesta terça-feira (10), os promotores do gabinete do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, pediram ao juiz Juan Merchan que negue o pedido do presidente eleito pelo arquivamento.

Observando que muitas das preocupações de Trump envolvem a possibilidade de ele ser encarcerado, os promotores observaram que não há nenhuma exigência de que Merchan o condene à prisão — e disseram que o juiz poderia concluir que a imunidade presidencial contra processos exigiria uma sentença de não encarceramento.

“Essa limitação constitucional sobre a gama de sentenças disponíveis diminuiria ainda mais qualquer impacto sobre a tomada de decisão presidencial do réu, sem chegar ao ponto de descartar completamente o indiciamento e o veredito do júri”, escreveram os promotores.

Merchan não afirmou quando decidirá sobre o pedido de Trump para arquivar o caso.

Condenação Trump por suborno

O processo se originou de um pagamento de US$ 130 mil que Michael Cohen, ex-advogado de Trump, fez à atriz de filmes adultos Stormy Daniels, em troca de seu silêncio antes da eleição de 2016 sobre um encontro sexual que ela disse ter tido uma década antes com o republicano. Ele nega que isso tenha acontecido.

Em maio, um júri de Manhattan considerou Trump, de 78 anos, culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais para encobrir o reembolso a Cohen. Foi a primeira vez que um presidente dos EUA — ex-presidente ou em exercício — foi condenado ou acusado de um delito criminal.

A falsificação de registros comerciais é punível com até quatro anos de prisão, mas o encarceramento não é obrigatório.

Antes de vitória de Trump na eleição presidencial de 5 de novembro, especialistas jurídicos disseram à Reuters que era improvável que ele fosse condenado à prisão por não ter histórico criminal e pela idade avançada, mas que o encarceramento não era impossível.

Foto combinada mostra a atriz de filmes adultos Stephanie Clifford, também conhecida como Stormy Daniels, falando na cidade de Nova York, e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, falando em Washington, Michigan, EUA, em 16 de abril de 2018 e 28 de abril de 2018, respectivamente. • REUTERS/Brendan McDermid (E) REUTERS/Joshua Roberts (D)

Em julho, a Suprema Corte dos EUA decidiu, em um caso criminal separado envolvendo Trump, que presidentes têm ampla imunidade contra processos criminais por ações oficiais tomadas durante o cargo e que as evidências de atos oficiais não poderiam ser usadas para processar um chefe de Estado por atos pessoais.

Os advogados de Donald Trump argumentaram que isso significava que o caso deveria ser arquivado, porque os promotores usaram declarações que Trump fez enquanto presidente e depoimentos de seus assessores da Casa Branca.

O documento apresentado pelo gabinete de Bragg nesta terça-feira afirmou que o caso envolveu “conduta puramente não oficial”.

“A imunidade presidencial deveria proteger a tomada de decisões oficiais de um presidente apenas enquanto estiver no cargo, e não isolar para sempre o presidente de responsabilidade criminal — especialmente por sua conduta não oficial”, escreveram os promotores.

No mês passado, Merchan adiou indefinidamente a sentença de Trump, que havia sido agendada para 26 de novembro, para dar a ele a chance de pedir o arquivamento.

Em seu documento, os promotores repetiram a sugestão de que Merchan adiasse todos os procedimentos — inclusive a sentença — até que Trump deixe a Casa Branca em janeiro de 2029.

Como alternativa, pontuaram que uma sentença de não encarceramento poderia minimizar o impacto do caso no mandato de Trump.

Em sua moção pelo arquivamento, os advogados de Trump chamaram de “ridícula” a ideia de que a sentença poderia ser adiada até depois que ele deixasse o cargo.

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