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Professora aplica 400 mil em golpes financeiros no Acre

Uma vez que a vítima fizesse o investimento, para atrasar a consciência do golpe, Elydiana mantinha a vítima informada sobre uma rotina irreal.

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A professora da rede pública estadual, Elydiana de Castro Gomes, de 41 anos, tem aplicado golpes financeiros em empresários, médicos, e até em uma influenciadora digital. O valor do prejuízo pode chegar aos R$ 400 mil.  

De acordo com vítimas Elydiana passava meses curtindo fotos, comentando publicações e conversando privadamente com as vítimas. Uma vez que a simpatia e confiança fosse estabelecida, a golpista apresentava à vítima uma oportunidade de negócio que, na maioria das vezes, envolvia um suposto investimento para uma marmitaria que fornecia alimentos para empresas, construtoras e órgãos públicos.

A partir daí, Elydiana afirmava ter a mão de obra e expertise para a execução do serviço, mas não todo o aporte financeiro para começar os trabalhos, e oferecia uma sociedade para o estabelecimento, apresentando inclusive, cartão CNPJ, comprovantes de execução de serviços anteriores, e enviava contatos de referência de empresas para as quais já teria executado serviços.  

Para dar uma ideia da sofisticação do golpe, caso uma vítima fosse consultar uma referência pelos números e e-mails fornecidos pela golpista, acabava falando com a própria, que se passava por pessoas em cargos de diretoria e gerência de empresas que estariam atestando a qualidade do serviço prestado.  

Uma vez que a vítima fizesse o investimento, para atrasar a consciência do golpe, Elydiana mantinha a vítima informada sobre uma rotina irreal. Ela enviava fotos e narrava situações cotidianas fictícias, mantendo os investidores lesados, como na foto abaixo:  

Com a falta do retorno financeiro, os investidores passaram a cobrar a golpista, que por sua vez alegava as mais variadas situações para não fazer os repasses. Já percebendo ter caído num golpe, as vítimas pressionavam Elydiana, que confessava o golpe, pedia a não exposição do caso nas redes sociais e pedia um prazo para a devolução do investimento. Os prazos estabelecidos se extrapolavam e a golpista chorava, assumia a dívida, confessava o golpe mas pedia mais prazos.  

Um empresário que investiu R$ 89 mil numa sociedade com Elydiana de Castro, ao perceber o golpe, teve como resposta que além do dinheiro investido, ganharia R$ 11 mil como um bônus pelo incidente. O empresário tenta recuperar ao menos parte do investimento até hoje. “Temos todas as provas, ela criou um mundo, pessoas, pra me arrancar dinheiro. Ela procura pessoas com perfil empreendedor, que procuram oportunidades”, disse o empresário.  

Outra vítima que prefere não se identificar, empresário experiente, também caiu no golpe e perdeu cerca de R$ 33 mil. “Caí como todos os que caíram. Ela é muito inteligente e manipuladora. Eu mexo com negócios há muitos anos, sei de artimanhas, mas o plano dela é muito bem bolado. Ela não tem mais como pagar o que deve para as pessoas, já virou uma bola de neve. Se essa história não for a público, muita gente ainda vai ser enganada”, disse.  

Quem também revelou ser vítima de Elydiana foi a criadora de conteúdo Kelline Jéssica, que faz uma descrição detalhada do crime de uma complexidade quase artística.

 Um boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia Civil da 1° Regional, em Rio Branco, na tarde de ontem (03). Segundo consta, a denunciante amarga um prejuízo de R$ 47 mil em razão de ter sido vítima de estelionato. Numa rede social, sem citar nomes, a influenciadora conta detalhes do golpe que sofreu: “ela é absurdamente manipuladora. Livre de qualquer suspeita. Cria personagens roteirizados, porque ela é incrivelmente inteligente, quando vai falar com você já está tudo pronto. Cria empresas fantasmas para dizer que fornece para empresas e órgãos públicos. Quando entra em contato com você, já vem com tudo arquitetado. Se você pergunta se os contratos que ela tem são legalizados, ela te mostra o contrato. Se perguntar se ela tem fotos, ela manda as fotos. Se perguntar se tem CNPJ, ela manda o cartão CNPJ. Não tem como desconfiar. Pior, ela cria pessoas fantasmas pra falar com você, se você pedir pra falar com um gerente pra onde a empresa dela fornece, ela cria um perfil de um gerente. Eu falava com uma gerente chamada Cristina, de uma empresa que me confirmava o recebimento das comidas e até me mandava fotos, mas são pessoas fantasmas que ela criou em nome das empresas”.  

Em contato com essa reportagem, Kelline afirmou ter a conta zerada em razão do crime que sofreu: “fiquei sem um real, o banco está me cobrando. Essa mulher me tirou até o último centavo. Quase tive que fechar meu negócio porque não tinha dinheiro pra pagar o aluguel”, desabafou.

Com informações Ac24horas

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