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Prefeitura de Rio Branco lança PL no valor de R$ 10 milhões para ajudar famílias e microempresários atingidos pela cheia

Dos R$ 10 milhões anunciados, R$ 5 milhões já estão sendo usados na assistência aos moradores desabrigados.

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A Prefeitura de Rio Branco lançou nesta segunda-feira (27) um projeto de lei no valor de R$ 10 milhões para ajudar as famílias de microempresários afetados pela enchente dos igarapés e do Rio Acre. O projeto Recomeçar foi elaborado com as equipes da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa), que vão fazer o levantamento de pequenos empresários prejudicados.

A proposta ainda será encaminhada para a Câmara de Vereadores da capital. Segundo a prefeitura, dos R$ 10 milhões anunciados, R$ 5 milhões já estão sendo usados na assistência aos moradores desabrigados.

Cerca de 1,9 mil pessoas estão desabrigadas e a estimativa é de que o número de desalojados seja acima de 4 mil pessoas. Rio Branco tem 32 abrigos em escolas com famílias atingidas pela enchente do Rio Acre e enxurrada dos igarapés.

“Vamos preparar até quarta-feira [29] essa lei, mandar para a Câmara, que deverá aprovar, e em seguida começar a comprar. Isso deverá demorar entre 30 a 45 dias. Precisamos que nos ajude a conscientizar a população de que não é uma coisa imediata, é uma coisa que demora um pouquinho”, destacou o prefeito Tião Bocalom durante o lançamento do PL.

A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco (SASDH) ficará responsável por fazer o levantamento dos prejuízos causados às famílias, que pertences foram estragados pelas águas, entre outros.

“A Secretaria de Assistência Social está nos bairros fazendo o levantamento dos prejuízos para podermos ajudar”, confirmou o prefeito.

O gestor anunciou também que as equipes da prefeitura estão fazendo um estudo e vão anunciar o que pode ser feito para ajudar os moradores com relação ao pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

Desastre de grandes proporções

O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, disse que esta enchente já é vista como um desastre de grandes proporções e a probabilidade é de que o nível do Rio Acre se aproxime dos 17,45 metros.

“O desastre está evoluindo, não está estático, a cada dia são mais problemas. Temos o Parque de Exposições, onde vai ser nosso mega abrigo, concentrando pessoas e dando uma logística melhor, mas temos muitas escolas e prédios públicos, além disso pessoas que estão abrigando também e a prefeitura está visitando”, destacou.

Ainda segundo o coordenador, sete igarapés e o Rio Acre transbordaram no mesmo dia devido às fortes chuvas que atingiram a capital na quinta-feira (23). “Lembrando que em 2021 os igarapés transbordaram no dia 6 de fevereiro e o rio dia 10 de fevereiro, esses quatro dias fizeram muita diferença no socorro e resposta. Estamos com equipes mobilizadas, só ontem [domingo, 26] estávamos com 500 servidores da prefeitura dando assistência à comunidade, bairros foram visitados e estamos constantemente preocupados, inclusive, com o que pode vir ainda”, explicou.

Neste primeiro momento, o coronel pontuou que o mais importante é o emergencial, que é resgatar famílias, colocar em abrigos, deixá-las em segurança, longe de riscos e dar assistência. “Não temos registros de morte, isso que nos alenta e nos dar mais forças para prosseguir nesse trabalho árduo e ininterrupto. Nossa principal missão, além de fazer tudo que estamos fazendo, é preservar vidas, removendo famílias de casas que estão colapsando nesse momento, para preservar a segurança de todos”, frisou.

Enchente

Segundo Dados da Defesa Civil Municipal, o Rio Acre está com 16,80 metros na tarde desta segunda.

O rio passou da cota de transbordo, que é de 14 metros, na quinta-feira (23). Desde então, o manancial segue em alta e já atinge mais de 38 mil moradores de Rio Branco. Cerca de 1,9 mil pessoas estão desabrigadas e a estimativa é de que o número de desalojados seja acima de 4 mil pessoas.

Nas últimas 24 horas, choveu 64,3 milímetros em Rio Branco. Desde quinta, quando as chuvas intensas começaram a atingir a capital, já são mais de 260 milímetros, quase o total esperado para todo o mês, que é de 270,1 mm.

Os estragos deixados pela chuva foram muitos. Há mais de 30 bairros atingidos, vários pontos de alagamento, rompimento de trecho na BR-364 estão entre os prejuízos.

Com a alta no nível do rio e mais famílias atingidas, o abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana foi ativado e os primeiros desabrigados começaram a ser levados para o local nesse domingo (26). Nesta segunda (27), o local tem 180 pessoas desabrigadas de 46 famílias.

Também nesse domingo, os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Wolff, chegaram ao Acre para um sobrevoo pelas áreas alagadas. Eles percorreram os bairros, conversaram com moradores e garantiram a liberação imediata de R$ 1,4 milhão para ajuda humanitária.

Quatro municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia. No sábado (25), o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas.

O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que as equipes de resgate e assistência ainda não autorizaram o retorno dos moradores desabrigados pela enxurrada dos igarapés para casa.

Rio Acre segue em alta na capital acreana  — Foto: Cássius Afonso/Rede Amazônica
Rio Acre segue em alta na capital acreana — Foto: Cássius Afonso/Rede Amazônica

Alerta temporal

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu nesta segunda (27) um alerta amarelo de perigo potencial de chuvas intensas em todo o Acre que é válido até às 10h desta terça (28).

A previsão é de chuva com 20 e 30 milímetros por hora ou até 50 mm no dia, com ventos intensos de 40 a 60 quilômetros por hora. Ainda de acordo com o instituto, há baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas.

Veja as instruções

  • Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda).
  • Evite usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada.
  • Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

Com informações G1 Acre

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