O comandante-geral da Polícia Militar do Acre, coronel Paulo Cesar da Silva, assinou, nesta quinta-feira (22), a expulsão dos quatro militares condenados em 2018 por matarem espancado o técnico em radiologia Magdiel Wellingthon Chaves Victuri, de 24 anos, em 2014 na cidade de Capixaba. Na justificativa, o coronel diz que a decisão é uma determinação judicial.
As expulsões podem ser acessadas no Diário Oficial desta quinta a partir da página 5 e ocorrem quase 3 anos após a condenação dos quatro policiais, que incluía ainda perda dos cargos públicos.
O sargento José Lopes Pereira, de acordo com a publicação, atuava no Batalhão de Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário (BPTran). O cabo Jocélio de Souza Brito estava no Companhia de Comando e Serviços (CCS).
José Andrias de Araújo Pereira e Anderson Roberto Abreu Pinho, que estavam atualmente no Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) também foram expulsos. Todos devem entregar o fardamento nos locais onde estavam trabalhando.
O sargento e os três cabos foram condenados pelo crime de homicídio em júri popular em 2018 pela morte de Magdiel.
O advogado de defesa dos militares, Mário Rosas Neto, disse que durante todo esse tempo ele entrou com recursos, mas o processo principal deles já chegou no final (transitado em julgado) com a interposição de recursos até o STF. Todos, segundo Rosas, cumprem pena no Batalhão Ambiental. Agora, ele devem sair da folha de pagamento do estado.
Anulação júri
Agora, um novo recurso pede anulação do júri. “Agora estamos ingressando com uma revisão criminal baseada em novas provas. Nessa revisão criminal, existe pedido liminar que poderá suspender os efeitos da sentença condenatória ou não”, destaca.
Segundo ele, novas provas confirmam a versão apresentada pelos policiais, que são inocentes e que nada contribuíram para ocorrer o homicídio.
“Eles prestaram socorro à vítima e, lamentavelmente, tiveram que se deslocar de Capixaba para Senador Guiomard em busca de atendimento médico porque em Capixaba não existia um médico sequer na cidade. Com isso, acreditamos na anulação do júri e na oportunidade de novo julgamento”, disse.
Morte
Magdiel Wellingthon morreu no dia 23 de abril de 2014 após uma perseguição policial em Capixaba. A família afirma que o técnico em radiologia foi espancado dentro de casa no bairro Quixadá Amorim, onde a família morava na época.
A vítima bebia com um vizinho em frente à casa onde moravam. Ainda de acordo com a família, Chaves saiu para consertar a bateria do carro e acabou sendo perseguido pela polícia, porque estava dirigindo o veículo com habilitação vencida.
O homem chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu. A família disse que, em abril de 2014, que os laudos da morte apontaram agressões físicas.
Os policiais acusados foram presos preventivamente em junho de 2014 e tiveram uma habeas corpus negado pela Justiça do Acre. A família também acusa os PMs de omissão de socorro e relatou que após a ação os policiais colocaram Chaves na carroceria da viatura somente quando os moradores começaram e filmar a cena.
Via-G1