Redação Juruá Online
Em uma reunião realizada no auditório do Centro de Educação Adílio Nogueira Maciel, os pescadores da região do Juruá se reuniram para discutir problemas relacionados ao seguro defeso e à emissão de carteiras de pescador. O encontro contado com a presença do superintendente da pesca no Acre, Paulo Ximenes, foi organizado a pedido de Elenildo Nascimento, presidente da Federação da Pesca do estado.
Os pescadores levantaram preocupações sobre a emissão de carteiras que estão atrasadas há mais de um ano. Segundo Ximenes, a suspensão das carteiras ocorreu após uma denúncia infundada sobre a distribuição de mil carteiras na colônia de pescadores de Cruzeiro do Sul. Ele explicou que a situação foi causada por problemas administrativos que a colônia não conseguiu resolver. Para tratar dessa questão, a Federação da Pesca protocolará um pedido junto a autoridades em Brasília para tentar reverter a suspensão.
Além das carteiras, outro ponto crítico discutido foi o desconto indevido no seguro defeso. Muitos pescadores também relataram que estão sofrendo descontos em suas aposentadorias sem qualquer justificativa. Elenildo Nascimento destacou que alguns beneficiários sequer fazem parte da categoria de pescadores. Ele afirmou que a nova Confederação de Pescadores, criada recentemente, está realizando esses descontos, que, segundo ele, são totalmente ilegais, pois não foram autorizados pelos pescadores. A Federação está se mobilizando para entrar com ações judiciais para devolução do que foi descontado e para reclamar moralmente contra essa prática.
Os pescadores expressaram descontentamento também pela baixa adesão ao encontro, levantando suspeitas de que diretores da colônia de pescadores boicotaram a reunião, desencorajando a presença dos trabalhadores. Vários pescadores relataram que foram ameaçados com possíveis represálias, como a retirada de suas carteiras de pescador, caso comparecessem à reunião.
Durante o encontro, Paulo Ximenes também anunciou que há a possibilidade de um novo benefício emergencial no valor de dois salários mínimos para os pescadores, previsto para ser pago em fevereiro. Essa medida, que segue a linha de apoio discutida com o Ministério, promete oferecer algum alívio diante da atual dificuldade enfrentada por muitos trabalhadores da pesca na região.
Os pescadores presentes ressaltaram a necessidade de uma união maior entre a classe para enfrentar as adversidades impostas por falta de apoio e transparência nas decisões que os afetam diretamente.