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Paul McCartney diz que vai lançar ‘música final’ dos Beatles feita com inteligência artificial

Segundo o artista, foi possível 'extrair' a voz de John Lennon de uma gravação em uma fita cassete demo, que foi dada a ele por Yoko Ono.

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Paul McCartney afirmou que está usando inteligência artificial para criar o que ele chama de “a música final dos Beatles”. O artista falou sobre o assunto durante o programa Today, da BBC Radio 4.

Segundo McCartney, a tecnologia foi usada para “extrair” a voz de John Lennon a partir de uma gravação antiga. Com parte da composição em mãos, ele conseguiu terminar a música.

“Acabamos de terminar e será lançada este ano”, disse ele.

McCartney não falou o nome da faixa, mas é provável que seja de uma composição de Lennon de 1978, chamada “Now and then”.

A composição incompleta já tinha sido considerada uma “possível música de reunião” dos Beatles em 1995, quando eles estavam preparando o compilado “Antology”, que abrangia toda a carreira do quarteto.

Paul McCartney recebeu a gravação de Yoko Ono, viúva de Lennon. Ela estava entre várias outras composições registradas por Lennon em uma fita cassete chamada “For Paul”. O artista gravou as faixas no piano, em seu aparamento Nova York pouco antes de morrer, em 1980.

O músico Paul McCartney se apresenta durante sua turnê Got Back no SoFi Stadium em Inglewood, Califórnia, em maio de 2022 — Foto: Reuters/Mario Anzuoni/File Photo

O músico Paul McCartney se apresenta durante sua turnê Got Back no SoFi Stadium em Inglewood, Califórnia, em maio de 2022 — Foto: Reuters/Mario Anzuoni/File Photo

Duas outras canções desta fita, “Free as a bird” e “Real love”, produzidas por Jeff Lynne, já tinham sido terminadas e lançadas em 1995 e 1996. As duas faixas foram consideradas o primeiro “novo” material dos Beatles em 25 anos.

A banda já tinha tentado gravar “Now and then”, uma canção romântica, mas os ensaios foram deixados de lado. “Foi um dia, uma tarde, na verdade, brincando com ela”, lembrou Lynne.

“A música tinha um refrão, mas falta quase totalmente os versos. Fizemos a faixa de fundo, um trabalho bruto que realmente não terminamos.”

MacCartney afirmou depois que George Harrison disse que a música era “um lixo” e se recusou a trabalhar nela. Segundo McCartney, a gravação não tinha um título muito bom, precisava de reformulação, mas tinha um belo verso e John cantando.

John Lennon em foto de maio de 1971 — Foto: AFP

John Lennon em foto de maio de 1971 — Foto: AFP

“George não gostou. Sendo os Beatles uma democracia, nós não fizemos isso”, disse McCartney à “Q Magazine”. Harrison morreu em 2001.

A virada para esta música veio com o documentário “Get back”, de Peter Jackson, em que o editor Emile de la Rey conseguiu fazer o computador reconhecer as vozes de cada beatle e separá-las dos ruídos e dos instrumentos.

“Ele conseguiu ‘extrair’ a voz de John de um pequeno trecho da fita cassete”, contou McCartney ao programa de rádio. “Tínhamos a voz de John e um piano e ele poderia separá-los com IA. Eles dizem à máquina: ‘Essa é a voz. Isso é uma guitarra. Tire a guitarra’.

“Então, quando decidimos fazer o que será o último álbum dos Beatles, era uma demo que John tinha [e] fomos capazes de pegar a voz de John e torná-la pura por meio dessa IA.”

“Eu não fico muito na internet [mas] as pessoas vão me dizer: ‘Ah, sim, tem uma faixa em que John está cantando uma das minhas músicas’, e é só IA, sabe? É meio assustador, mas empolgante, porque é o futuro. Teremos apenas que ver aonde isso leva.”

Com informações g1

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