O Papa Francisco se reunirá com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na quinta-feira (12), de acordo com informações do Vaticano.
O pontífice tem se tornado mais incisivo nas críticas à campanha militar de Israel em Gaza.
Abbas viaja para a Itália esta semana, onde também deve se reunir com o presidente italiano, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra, Giorgia Meloni.
O Vaticano anunciou a reunião com Abbas em uma breve nota nesta terça-feira (10), mas não deu mais detalhes.
Em novembro, o Papa sugeriu que a comunidade global deveria avaliar se a campanha de Israel em Gaza constitui um genocídio do povo palestino. O comentário, em um livro a ser publicado, atraiu uma repreensão pública do embaixador de Israel na Santa Sé.
Israel afirma que as acusações de genocídio em Gaza não têm fundamento e que está apenas perseguindo o Hamas e outros grupos armados.
As autoridades de Gaza afirmam que quase 45.000 palestinos foram mortos e mais de 106.000 ficaram feridos na ofensiva israelense, enquanto a maioria dos 2 milhões de habitantes de Gaza está desabrigada ou deslocada.
O Papa Francisco e Mahmoud Abbas já se encontraram outras vezes. A última vez que conversaram por telefone foi em novembro de 2023, um mês após o início do conflito entre Israel e Hamas.
Em outubro, o líder religioso católico criticou a “vergonhosa incapacidade” da comunidade internacional de colocar um fim à guerra.
O Papa, que diz estar em contato diário com uma paróquia católica em Gaza, também criticou os ataques aéreos de Israel no Líbano – contra o grupo Hezbollah – como “além da moralidade”.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
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