O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (25), em nota, mais duas mortes causadas pela febre oropouche.
Ainda em nota, o Ministério informou que investiga seis possíveis casos de transmissão vertical da doença, quando a transmissão é de mãe para filho, ocorrida na gestão.
São três casos no Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Dois casos evoluíram para óbito fetal, um houve aborto espontâneo e outros três, no Acre, foram registrados anomalias genéticas, indicando microcefalia.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) confirmou que há três casos em investigação de recém-nascidos, em que as mães testaram positivo para febre oropouche e os bebês nasceram com microcefalia.
A Sesacre afirmou que em junho de 2024, o Instituto Evandro Chagas realizou uma análise retrospectiva de amostras de soro e líquor, coletadas para investigação de arboviroses neuroinvasivas, que tiveram resultados negativos para Dengue, Chikungunya, Zika e Vírus do Nilo Ocidental.
Anticorpos da classe IgM contra o vírus Oropouche foram detectados em quatro recém-nascidos. A pasta destacou que isso sugere uma possível transmissão vertical do Oropouche, mas as limitações do estudo não permitem confirmar uma relação causal entre a infecção intrauterina pelo Oropouche e malformações neurológicas nos bebês.
“Estamos fazendo o acompanhamento e investigação de casos de microcefalia. Os fatores de risco envolvidos com a ocorrência da microcefalia podem ser genéticos, envolvendo a presença de variantes genéticas patogênicas ou alterações cromossômicas no indivíduo afetado; pode ser resultado de fatores de risco ambientais, como a infecção gestacional por sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e vírus Zika (que formam o acrônimo STORCH-Z), doenças ou condições maternas, como a diabetes ou a desnutrição, bem como a exposição intrauterina a substâncias teratogênicas como álcool, radiação, medicamentos e outras substâncias teratogênicas”, disse a nota.
“Além disso, a combinação de diferentes fatores de risco pode representar uma causa multifatorial para a ocorrência da microcefalia. A microcefalia pode ser também de origem familiar, ou seja, o recém-nascido apresenta esta condição, sem necessariamente apresentar anomalias cerebrais e alterações neurológicas”, completou.
Ajuda do Ministério da Saúde e casos em investigação
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, informou que a relação da febre oropouche com os casos de microcefalia podem estar associados, mas que isso é algo que precisa ser investigado.
“As demais causas que podem ocasionar a microcefalia foram descartadas. Mas, quando a gente fala de medicina em evidências, a gente não tem um número significativo para que confirmar com 100% de certeza que essa microcefalia está ligada a oropouche. É tudo muito novo. É como se a gente estivesse pegando o começo do COVID”.
O secretário disse ainda que na última reunião do Conselho de Secretários de Saúde, discutiu sobre o assunto, pediu uma atenção maior do Ministério da Saúde sobre o assunto e pediu que uma equipe técnica viesse até o Acre, “para nortear alguma estratégia para essa finalidade”.
Casos no Acre
De acordo com o último boletim epidemiológico das arboviroses no Acre, emitido pela Sesacre levando em consideração a semana 29, o estado já teve 482 casos de oropouche desde o ano passado.
Em 2023, houve 60 casos confirmados. Já em 2024, até o momento, tiveram 422 casos. Apenas o município de Santa Rosa do Purus não houve registro de caso.
Por Contilnet