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No Acre, ex-chefe de gabinete que foi presa pela PF é nomeada assessora do TCE

A ex-chefe de gabinete do governo do Acre, Rosângela Gama, presa em dezembro de 2021 pela Polícia Federal, foi nomeada assessora técnica de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) com salário de mais de R$ 11 mil. A portaria foi assinada pelo presidente do TCE-AC, José Ribamar Trindade de Oliveira, no último dia 27.

Inclusive, é no gabinete do presidente José Ribamar que Rosângela está lotada. A portaria entrou em vigor no dia 27 de janeiro, com efeitos retroativos a partir de 1° de janeiro.

Em nota, a assessoria de comunicação do TCE-AC afirmou que a servidora ‘possui formação e experiência profissional para exercer o cargo para o qual foi nomeada’. O comunicado destaca também que não há nenhuma decisão judicial impedindo a servidora de exercer função pública.

“Pela natureza comissionada do cargo, se eventualmente for constatado pelo Poder Judiciário algum tipo de impedimento, a nomeação será prontamente desfeita”, conclui a nota.

Prisão

Rosângela foi presa preventivamente no dia 22 de dezembro de 2021 na 2ª fase da Operação Ptolomeu, da Polícia Federal (PF-AC), que investigava supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por membros ligados ao governo do Acre.

Na época, a PF-AC disse que foi detectado que servidores públicos, entre os quais Rosângela, estariam obstruindo a investigação na tentativa de destruir provas essenciais para a continuidade das apurações, após a deflagração da 1ª fase.

Rosângela foi solta na noite de 3 de fevereiro de 2022 após passar alguns dias internada no Hospital Santa Juliana, na capital acreana, tratando a Covid-19.

No final de janeiro daquele ano, a Polícia Federal começou a apurar supostas regalias dadas a Rosângela Gama enquanto ela esteve presa no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). O Comando da Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública se posicionaram sobre o assunto e negaram qualquer intervenção do Estado na prisão dela na época.

As denúncias apontavam que a ex-chefe de gabinete teria acesso à internet e televisão, mesmo estando presa. Após as supostas regalias repercutirem localmente, a PF começou a apurar as denúncias. Além das supostas regalias, também havia um questionamento sobre o porquê de Rosângela cumprir a detenção no Bope, uma vez que ela não fazia parte das Forças Armadas ou da Segurança Pública.

Operação Ptolomeu

A operação Ptolomeu investigou supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por membros ligados ao governo do Acre. A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou, no dia 16 de dezembro de 2021, a primeira fase da operação, quando foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão no Acre, Amazonas e Distrito Federal.

Já na 2ª fase, deflagrada ainda em 2021, a PF disse que foi detectado que servidores públicos estavam obstruindo a investigação. Um vídeo, que a Rede Amazônica teve acesso com exclusividade, mostrava as investigadas ocultando celulares durante a deflagração da 1ª fase da ação.

A exoneração de Rosângela saiu no Diário Oficial de 24 de dezembro daquele ano. O governo não citou o nome da investigada, apenas usou o número do primeiro decreto. O governo não se posicionou sobre o vídeo e nem sobre a exoneração.

A PF apreendeu mais de R$ 3,4 milhões entre dinheiro e bens de investigados.

Com informações G1 Acre

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