Redação Juruá Online
O endividamento em Cruzeiro do Sul tem preocupado especialistas e cidadãos, conforme revelam os dados do Serasa e do Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas. Cerca de 43,55% da população adulta do Acre está inadimplente, colocando o estado como o 13º no ranking nacional de endividamento. Essa situação reflete diretamente na economia da cidade, a segunda maior do Acre, e se destaca por um índice de inadimplência superior à média nacional, que é de 43,35%.
As principais fontes de dívida incluem cartões de crédito, contas de luz, carnês de loja e cheques pré-datados, que, somados à ausência de planejamento financeiro, têm levado muitas famílias acreanas a um ciclo de atraso de pagamento. Aposentados como Francisco Panta, de 60 anos, e Nildo Ferreira destacam a necessidade de controle nas compras, especialmente para aqueles com renda fixa e baixa. “É preciso gastar pouco para sobreviver, comprar menos e tentar sobreviver com o pouco que temos”, afirma Francisco, que vê a situação como uma batalha diária para quem depende da aposentadoria.
Já Nildo aponta que o hábito de consumir sem planejamento contribui para o aumento das dívidas: “Muita gente compra e não considera o quanto vai dever depois. Quem usa cartão precisa respeitar o limite, porque, se ultrapassar, a cobrança fica pesada.”
O Mapa de Inadimplência revela ainda que as faixas etárias entre 41 a 60 anos e de 26 a 40 anos são as mais endividadas, correspondendo a 35% e 34,2% dos inadimplentes, respectivamente. Pessoas acima de 60 anos representam 18,7% dos casos.
Para o economista Rubicleis Gomes, a solução para quem se encontra nessa situação passa por adotar medidas de economia pessoal simples, mas eficazes. “O primeiro passo é anotar todas as despesas e procurar onde cortar gastos. Assinaturas de streaming, refeições fora de casa e o uso do cartão de crédito são áreas onde geralmente se pode economizar”, explica o especialista. Ele alerta sobre o perigo do cartão de crédito, que representa uma das maiores causas de endividamento, com juros elevados que agravam o problema em caso de atraso de pagamento.
“Se você não consegue pagar o cartão, corte-o. Sem força de vontade e um esforço real para reduzir os gastos, sair da crise é improvável”, conclui.
O aumento do endividamento exige consciência financeira e planejamento. Pequenas mudanças de hábito e o controle de despesas são recomendados para evitar que mais cidadãos entrem na estatística e, principalmente, para promover uma vida financeira mais equilibrada em Cruzeiro do Sul e em todo o Acre.