O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (4) que Israel só concordará com um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza se houver a garantia que a fronteira entre o sul de Gaza e o Egito não será usada como rota para contrabando de armas e suprimentos para o Hamas.

“Até que isso aconteça, estamos lá”, afirmou o premiê em entrevista coletiva em Jerusalém.

Netanyahu reforçou rejeitar totalmente a retirada do chamado corredor de Filadélfia na primeira fase de um acordo, com duração prevista de 42 dias, dizendo que a pressão internacional tornaria efetivamente impossível o retorno.

Para que um cessar-fogo permanente seja acordado, Israel precisaria de garantias de que quem quer que comande a Faixa de Gaza após a guerra seja capaz de impedir que o corredor fosse usado como rota para contrabando de armas e suprimentos para o Hamas.

“Alguém tem que estar lá. Traga-me qualquer um que realmente mostre — não no papel, não em palavras, não em um slide, mas dia após dia, semana após semana, mês após mês — que eles podem realmente evitar uma recorrência do que aconteceu lá antes”, pontuou o premiê, se referindo ao ataque do Hamas em 7 de outubro a Israel.

“Estamos abertos a considerar isso, mas não vejo isso acontecendo agora”, adicionou.

Fronteira de Gaza trava acordo

O corredor de Filadélfia, uma área ao longo do sul da Faixa de Gaza na fronteira com o Egito, tem sido um dos principais obstáculos para um acordo para interromper os combates em Gaza e libertar reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.

Netanyahu insistiu em manter o controle do corredor, onde as tropas israelenses descobriram dezenas de túneis que, segundo autoridades, foram usados ​​para fornecer armas e munições ao Hamas.

O primeiro-ministro enfrentou duras críticas em Israel por se conter sobre o assunto, incluindo muitos que acreditam que as tropas israelenses podem fazer intervenções direcionadas, se necessário, para evitar contrabando.

As famílias de muitos reféns, incluindo alguns dos seis prisioneiros cujos corpos foram recuperados de um túnel no sul de Gaza no domingo (1°), o acusaram de sacrificar seus entes queridos ao insistir em manter tropas no corredor.

Entretanto, Netanyahu disse que manter a pressão sobre o Hamas era a melhor maneira de libertar reféns que ainda estão em Gaza.

“Você precisa pressioná-los, pressioná-los a libertar os reféns restantes. Então, se você quiser libertar os reféns, você tem que controlar o corredor de Filadélfia”, ele disse.