Redação Juruá Online

Inúmeros moradores da comunidade de Ramal da Gazin, localizada no Miritizal de Baixo, Cruzeiro do Sul, estão enfrentando uma situação difícil devido às condições precárias de uma estrada de barro que beira suas casas. Mesmo com a abertura do Ramal, a estrada acumula uma grande quantidade de lama, dificultando a saída dos moradores de suas residências.

Maria Vilani, uma produtora rural de 45 anos que mora na localidade há duas décadas, relata que a situação se agrava durante o inverno, quando a estrada se transforma em um atoleiro, impedindo que os carros prossigam e isolando até mesmo o posto de saúde local. Ela compartilha sua preocupação com a segurança de seus filhos, que já enfrentaram acidentes no caminho para a escola devido aos deslizamentos de terra causados pela chuva. Além disso, eles frequentemente chegam atrasados e perdem o ônibus escolar devido às adversidades do percurso.

Ana, mãe de uma filha de 11 anos que precisa ir à APAE, relata que durante o inverno os ônibus não chegam ao Ramal, impossibilitando o acesso da filha à associação. Para contornar essa situação, eles precisam utilizar uma canoa para chegar ao centro de Cruzeiro do Sul, já que não há outra opção viável.

Diante dessa realidade, os moradores estão fazendo um apelo ao poder público para que medidas sejam tomadas. Lourenço de Jesus, representante da comunidade, afirma que estão constantemente em contato com as autoridades municipais, cobrando e solicitando melhorias. No entanto, eles se sentem desanimados com a falta de ação efetiva. Lourenço relata que as máquinas chegaram a remover parte da vegetação da estrada, mas foram retiradas antes da conclusão do trabalho, com a promessa de que voltariam em breve. No entanto, até o momento, isso não aconteceu. Os moradores pedem apenas uma camada vegetal que permita o acesso à comunidade durante o inverno e sugerem a instalação de canos para melhorar o escoamento da água.

Os moradores reivindicam melhores condições de moradia e sentem-se abandonados em meio a melhorias em outras localidades. Júlia Maria, uma moradora de 76 anos, relata que há mais de 40 anos os moradores pedem por melhorias nessa situação precária. Idosos, jovens estudantes e demais moradores estão enfrentando grandes dificuldades, inclusive com motocicletas atolando.

A comunidade espera que suas demandas sejam ouvidas e que medidas urgentes sejam tomadas para melhorar as condições dessa estrada.