A criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar um dos maiores escândalos recentes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está próxima de ser instalada no Congresso Nacional. O requerimento já conta com 222 assinaturas na Câmara dos Deputados, de um total de 513, e 36 no Senado, dos 81 possíveis.

No Acre, a posição dos parlamentares está dividida. Entre os oito deputados federais do estado, quatro — Antônia Lúcia, José Adriano, Meire Serafim e Zezinho Barbari — se mostraram contrários à abertura da CPI. Já Coronel Ulisses, Socorro Neri, Alan Rique, Márcio Bitar, Roberto Duarte e Eduardo Veloso apoiaram a investigação. Os três senadores acrianos, incluindo Sérgio Petecão, também assinaram o pedido.

Sérgio Petecão destacou que a apuração deve ser independente de qualquer governo e que o foco é responsabilizar os envolvidos no desvio de recursos destinados aos aposentados. Para ele, o governo deve devolver o dinheiro e tomar medidas para recuperar os valores desviados.

A iniciativa tem provocado divisão na base governista do Congresso. Nenhum parlamentar do PT e do PDT apoiou o pedido, enquanto seis deputados do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, decidiram romper a orientação informal do Palácio do Planalto e assinar a CPI.

Com o número de assinaturas já suficiente, a expectativa é que a CPMI seja instalada nos próximos dias, o que deve dar início a uma investigação detalhada nos contratos e processos do INSS relacionados ao esquema de desvios.