Estudantes do Ramal do Zacarias, localizado nas proximidades do Ramal 3, em Cruzeiro do Sul, estão deixando de frequentar a escola por medo de uma onça que foi avistada na região há pouco mais de um mês. O temor entre os moradores aumentou após relatos recentes de rugidos e rastros do animal próximos ao trajeto percorrido diariamente pelos alunos.

Um jovem de 17 anos, que cursa o segundo ano do ensino médio, já está há mais de duas semanas sem frequentar as aulas. Segundo familiares, ele precisa sair de casa por volta das cinco da manhã e percorre sozinho o caminho até a escola. A irmã do estudante, Natyele Silva, relatou que a família teme pela segurança do jovem, já que não há quem possa acompanhá-lo nesse horário. Outras crianças da comunidade, que estudam no turno da tarde, também têm faltado com frequência devido ao medo.
Em vídeo gravado no local, o estudante Jardison Silva mostrou o trecho da mata onde o felino teria sido ouvido por um morador no final da tarde, justamente no horário em que os alunos passam voltando da escola. Ele destacou o risco enfrentado pelos estudantes, que precisam atravessar áreas de vegetação densa e de pouca movimentação.
Moradores afirmam que, além do avistamento, o rugido do animal foi ouvido novamente nos últimos dias. A preocupação é de que a presença da onça impeça a continuidade dos estudos de várias crianças e adolescentes da região rural.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, por meio de nota, que recebeu relatos extraoficiais sobre o avistamento do felino em julho, mas até o momento não há registros oficiais. O órgão orienta a população a evitar a área onde o animal foi visto e alerta para que ninguém tente persegui-lo ou capturá-lo.
O Ibama reforça que a onça-pintada é uma espécie protegida por lei e exerce papel fundamental no equilíbrio do ecossistema. O órgão mantém o canal 0800-061-8080 para o registro oficial de ocorrências envolvendo animais silvestres.
Enquanto aguardam providências das autoridades, pais e professores da comunidade cobram medidas que garantam o acesso seguro dos estudantes às escolas, temendo que o medo e a insegurança levem ao abandono escolar em plena reta final do ano letivo.





